O SHEIK DE AGADIR
Atenção: esta é uma obra de ficção baseada na livre
criação artística e sem compromisso com a realidade.
Original de GLÓRIA MAGADAN
Adaptado pelo COMENTARISTA VIRTUAL
Contato: (Só MSN) comentaristavirtual@hotmail.com
CAPÍTULO 4
O clima ainda era tensíssimo no palácio
francês.
- Ou você nos conta tudo o que sabe,
Hans, ou pensarei eu que tu andas também envolvido nessa traição.
- Calma, capitão Otto. Não se apavore,
pois eu vou contar ao senhor tudo que todos desejam saber.
- Pois então ande, conte! –
impacientava-se Otto.
- A verdade é que não há nenhuma
traição – terminou Hans todo o suplício.
- Ora, e como não? Como explica suas
próprias palavras? Você disse da mania de Frieda em defender nosso inimigo, não
disse?
- Disse.
- Então?
- Mas... É que... Bem, ontem, naquela
confusão toda, eu consegui encontrar esse homem...
- Hans! – afligia-se Frieda.
- E, nessa hora, eu vi Frieda também.
Eu estava com a arma mirada pra ele, quando...
- Stauber! – suplicava ela.
- Por que tanto medo? – zangou-se o
capitão Otto. – Quem não deve não teme, mocinha.
- Eu não devo nada a ninguém.
- Pois então não há nada a temer –
cortou ele. – Continue, Hans!
- É... Realmente o senhor está certo.
Não há nada para ela temer, pois ela só não queria que eu o matasse ontem.
Todos estavam com o coração em
disparada.
- Mas por que não? Diga o que todos
querem saber! – falou o sheik.
- Porque, segundo ela, o melhor a se
fazer seria deixá-lo como prisioneiro. Assim poderíamos nós saborear melhor a
vitória.
- Hum... Então é isso mesmo, Frieda?
- É exatamente isso, capitão –
confirmou ela a Otto Von Lucken.
- Pois bem. Por agora vou lhe dar um
voto de confiança, Frieda, mas, por favor, não abuse da minha bondade, pois
ultimamente meu desejo é ser cada vez mais perverso.
- Bom, já que tudo está resolvido,
vamos dar um fim nesse belo casal – retomou o sheik Omar. – Eu quero os dois
trancados cada qual num lugar. Podem fazer isso por mim, Hans, Madelon?
- Claro. Se eles se movimentarem demais
atiro neles – disse Hans, atendendo prontamente o sheik junto com Madelon.
E assim foram retirados da sala e
separados pelo palácio a princesa Jeanette Legrand e o capitão Maurice Dumont.
Otto fitava Frieda, agora menos tensa.
Enquanto isso no Marrocos, mais
precisamente no palácio de Agadir, a princesa Éden de Bassora estava também na
sala de estar a comer. De pé ali estava Coralina.
- A senhora me chamando assim... Algo
muito importante deve ter acontecido – disse a criada. - Eu imagino que
seja alguma coisa com o sheik Omar, uma novidade, talvez... Será que aconteceu
algo de ruim com ele?
- Não – falou Éden. – Mas vai acontecer
com você se não calar essa boquinha de pica-pau nervoso.
- Perdoe, princesa.
- A propósito, o que eu quero falar a
você nada tem a ver com o sheik.
- Não?
- Não.
- Ué.
- Quer dizer: tem, mas não
precisamente. É que estou pensando em ir até a França. Estou cismada de que
esteja ele por lá.
- Mas a senhora vai até lá sozinha? –
assustou-se Coralina.
- Claro que não, tolinha. Você vem
comigo.
- Eu? Naquela lonjura?
- Não é tão longe. E você vem comigo,
já está decidido e não há o que negociar, pronto!
- O que a senhora quiser que eu faço eu
farei, princesa Éden.
- Isso. É assim que eu gosto. Criado
bom é criado obediente.
O tempo passou e a caminho francês já
se encontrava a princesa Éden de Bassora e a criada Coralina, cada qual num
camelo. A criada, por sua vez, aparentava visível dificuldade em guiá-lo, o que
não acontecia com nossa queridinha princesinha, que julgava a cavalgada sua
segunda grande paixão, que só perdia para o valente sheik Omar Ben Nazir.
A princesa Jeanette foi conduzida por
Hans e jogada na cama de seu quarto.
- Fique aí!
- Ei, espera! Moço, pra onde vão levar
o meu noivo?
Hans a olhou sem um pingo de compaixão.
- Pro inferno.
E se retirou, após trancar a porta do
quarto e levar consigo a chave.
- Oh, meu Deus, só o Senhor para nos
ajudar!
A princesa Jeanette disse isso e se
afogou em lágrimas no travesseiro.
Enquanto isso Madelon conduzia o
capitão Maurice Dumont e o trancava num quarto. Madelon estava muda durante o
falatório do capitão abaixo representado.
- Não vão fazer nada com ela?
Pausa.
- Não pode responder uma única pergunta
minha sequer?
Silêncio.
- Já vi que não. Mas por que, hein?
Eles são tão rigorosos com vocês assim? Seu nome é Madelon? O que há, não pode
responder nem isso?
Madelon colocou o capitão Maurice no
quarto e ficou olhando para seu rosto durante alguns segundos.
- O que foi?
Ela nada disse. Apenas trancou a porta
e levou a chave.
- Como estão os dois? – quis saber o
capitão Otto, mal chegando os dois.
- Trancados – disseram juntamente Hans
e Madelon.
- Bom. Assim eles aprendem – festejou o
sheik Omar.
Enquanto isso pelo deserto a princesa e
a criada logo se deparam com as tendas árabes e francesas.
- Olhe, Coralina! Veja! – começou a
princesa Éden, ambas em cima dos camelos, felizes.
- Sim, estou vendo. São tendas árabes.
Nosso povo está por aqui.
- Viu que coisa boa?
- Não só boa, é maravilhosa!
- Mas há também outro povo aqui. Quem
será?
- Uma criada não pode saber tudo,
princesa Éden.
- Paradas aí! – ordenou uma voz logo ao
fundo, justamente quando a princesa Éden ia ralhar com Coralina em relação à sua má resposta.
- Com mil camelos! – amedrontava-se
Coralina.
- Psiu! – silenciou-a a princesa Éden.
– Calada, maldita, ou eles nos matam!
E, borrando-se de medo, Coralina se
calava, enquanto aguardava seu destino junto com a princesa Éden de Bassora.
AGUARDE O PRÓXIMO CAPÍTULO!
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