sexta-feira, 26 de outubro de 2012

o sheik de agadir


O SHEIK DE AGADIR
Atenção: esta é uma obra de ficção baseada na livre criação artística e sem compromisso com a realidade.
Original de GLÓRIA MAGADAN
Adaptado pelo COMENTARISTA VIRTUAL
Contato: (Só MSN) comentaristavirtual@hotmail.com
CAPÍTULO 5
- Por favor – lamentou a criada –, tende compaixão para com duas criaturinhas indefesas!
- Fecha o bico, Coralina! – explodiu a princesa Éden. – Por onde está sua dignidade?
- Em Agadir.
- Chega, desgraçada! – precipitou a princesa em lançar o camelo dela contra o seu.
- Não, por favor, princesa!
- Paradas as duas ou meto fogo! – ordenou a mesma voz intimidadora.
As árabes congelaram.
- Muito bem, é assim que eu gosto de ver.
- Ei, Zebedeu, o que foi? Estás louco? – questionava uma voz a chegar.
- Não, por quê? – questionava o tal Zebedeu.
- Essa mulher aí é nada menos que a princesa de Agadir. Se o capitão Otto vê você com essa arma mirada pra ela é capaz dele te fuzilar. Você quer morrer, homem de Deus?
- Puxa, eu não sabia!
- Pois, agora que sabe, abaixe isso, meu Deus!
Zebedeu abaixou a arma.
- Perdão, princesa Éden.
- Está perdoado.
- O que a senhora vieste fazer aqui?
- Não sabia que esse lugar era proibido.
- E não é, princesa. A senhora imagine que combatemos o reino da Françaa e...
- Mas não é possível! Ninguém nos contou nada – interrompeu a criada.
- Cale-se, Coralina! A conversa ainda não chegou à cozinha – Éden a repreendeu. – Bom, de fato a gente não sabia, mas agradecemos o aviso. Graças aos céus estamos vitoriosos!
- Alá seja louvado! – festejou Coralina.
A princesa Éden adiantou o camelo ao caminho.
- Vão ao palácio? – questionou Zebedeu.
- Decerto.
- Se puder não contar ao capitão Otto o que eu fiz com vocês...
- Fique tranquilo. Eu até já esqueci.
- Obrigado, princesa. Vão com Deus!
- Fiquem com Ele.
A princesa Éden se retira, acompanhada por Coralina.
A chegada das duas visitantes árabes não poderia ter sido mais tumultuada no palácio. O sheik se surpreendeu muito com a presença de ambas.
- O que as trouxe aqui? – perguntou ele, logo as vendo.
- O poder – disse a princesa Éden. – Pensou que poderia escapar de mim, hum? Não, sheik. Eu lhe conheço muito bem, mais do que você imagina.
O sheik Omar congelou. Raspou a goela e continuou:
- Não deveriam ter vindo. Guerra não é diversão e esse lugar é perigoso demais para vocês. São duas mulheres que...
- E qual é o problema? – quis entender a princesa. – Por acaso não há no bando uma mulher?
- Eu sou Madelon, prazer, princesa – disse a citada.
- Aliás duas mulheres – disse a princesa, vendo surgir logo atrás Frieda.
- Prazer, princesa. Seja bem-vinda!
- Obrigada, queridas!
- Mas é diferente! – retomou o sheik a conversa.
- Ora, diferente... Diferente por quê? – invadiu Coralina.
- Coralina, saia daqui, antes que eu te corte com as minhas unhas!
Coralina sumiu com medo.
- Eu quero saber por que é diferente.
- Porque elas têm um preparo, sabem mexer nas atiradeiras...
- Que atiradeiras? – quis saber a princesa Éden.
- Não são atiradeiras – disse o capitão Otto. – São armas. Temos espingardas, metralhadores, tudo o que há de mais moderno em tecnologia de guerra.
Éden de Bassora permanecia alheia.
- Tá, e o que tem demais?
- Como o que tem demais? – assustava o capitão von Lucken. – Isso mata mais do que lança, espada, essas coisas ultrapassadas que vocês, árabes, portam.
- Nossa!
Agora, sim, a princesa parecia admirada.
- Quer dizer então que vossas armas são melhores do que as nossas?
- Muito mais! – confirmou o capitão.
- Surpreendente.
- Surpreendente, porque você ainda não viu como elas atiram. Mostre para ela, Hans!
- Com prazer, capitão.
Hans caminhou em direção à janela e avistou um viajante no deserto. Todos seguiam seus movimentos com olhares atentos. Hans não pensou duas vezes. Atirou o homem, que caiu ao lado de seu camelo lá longe.
- Por Alá, ele matou um árabe! – lamentou o sheik Omar.
- Que diferença faz? Era um viajante. E quem nos garante que ele é árabe? Pode ser algum outro povo que tenha camelo, ué? Isso não significa nada – interveio a princesa Éden.
- Mas o que achou da arma? – perguntou Otto von Lucken.
- Magnífica! Sem dúvida precisamos disso aí. É difícil mexer nisso?
- Não. Com a prática seu conhecimento se desenvolve.
- Hum... Interessante.
- Você ainda não viu nada – respondeu o capitão. – Há mais mistérios entre o céu e a Terra do que imagina nossa vã inteligência.
- E poético! – surpreendeu a princesa, rindo.
- A gente tenta – ria o capitão, acompanhado pelo riso de todos. – Bom, mas, já que chegaste agora, quero que fique sabendo de antemão onde se encontram os nossos queridos prisioneiros.
- Quem são eles? – perguntou a princesa Éden.
- Ninguém menos que a princesa francesa, dona Jeanette Legrand, e o namoradinho dela ou noivo, sei lá o que é, o capitão Maurice Dumont.
- Posso vê-los?
- Deve. Me acompanhe.
E foi assim que a princesa árabe Éden de Bassora ficou conhecendo os prisioneiros franceses separados cada qual em um quarto. Enquanto ela os via acuados, ria muito da vitória facilmente conquistada.
AGUARDE O PRÓXIMO CAPÍTULO!


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