O SHEIK DE AGADIR
Atenção: esta é uma obra de ficção baseada na livre
criação artística e sem compromisso com a realidade.
Original de GLÓRIA MAGADAN
Adaptado pelo COMENTARISTA VIRTUAL
Contato: (Só MSN) comentaristavirtual@hotmail.com
CAPÍTULO 5
- Por favor – lamentou a criada –,
tende compaixão para com duas criaturinhas indefesas!
- Fecha o bico, Coralina! – explodiu a
princesa Éden. – Por onde está sua dignidade?
- Em Agadir.
- Chega, desgraçada! – precipitou a
princesa em lançar o camelo dela contra o seu.
- Não, por favor, princesa!
- Paradas as duas ou meto fogo! –
ordenou a mesma voz intimidadora.
As árabes congelaram.
- Muito bem, é assim que eu gosto de
ver.
- Ei, Zebedeu, o que foi? Estás louco?
– questionava uma voz a chegar.
- Não, por quê? – questionava o tal
Zebedeu.
- Essa mulher aí é nada menos que a
princesa de Agadir. Se o capitão Otto vê você com essa arma mirada pra ela é
capaz dele te fuzilar. Você quer morrer, homem de Deus?
- Puxa, eu não sabia!
- Pois, agora que sabe, abaixe isso, meu
Deus!
Zebedeu abaixou a arma.
- Perdão, princesa Éden.
- Está perdoado.
- O que a senhora vieste fazer aqui?
- Não sabia que esse lugar era
proibido.
- E não é, princesa. A senhora imagine
que combatemos o reino da Françaa e...
- Mas não é possível! Ninguém nos
contou nada – interrompeu a criada.
- Cale-se, Coralina! A conversa ainda
não chegou à cozinha – Éden a repreendeu. – Bom, de fato a gente não sabia, mas
agradecemos o aviso. Graças aos céus estamos vitoriosos!
- Alá seja louvado! – festejou Coralina.
A princesa Éden adiantou o camelo ao
caminho.
- Vão ao palácio? – questionou Zebedeu.
- Decerto.
- Se puder não contar ao capitão Otto o
que eu fiz com vocês...
- Fique tranquilo. Eu até já esqueci.
- Obrigado, princesa. Vão com Deus!
- Fiquem com Ele.
A princesa Éden se retira, acompanhada
por Coralina.
A chegada das duas visitantes árabes
não poderia ter sido mais tumultuada no palácio. O sheik se surpreendeu muito
com a presença de ambas.
- O que as trouxe aqui? – perguntou
ele, logo as vendo.
- O poder – disse a princesa Éden. –
Pensou que poderia escapar de mim, hum? Não, sheik. Eu lhe conheço muito bem,
mais do que você imagina.
O sheik Omar congelou. Raspou a goela e
continuou:
- Não deveriam ter vindo. Guerra não é
diversão e esse lugar é perigoso demais para vocês. São duas mulheres que...
- E qual é o problema? – quis entender
a princesa. – Por acaso não há no bando uma mulher?
- Eu sou Madelon, prazer, princesa –
disse a citada.
- Aliás duas mulheres – disse a
princesa, vendo surgir logo atrás Frieda.
- Prazer, princesa. Seja bem-vinda!
- Obrigada, queridas!
- Mas é diferente! – retomou o sheik a
conversa.
- Ora, diferente... Diferente por quê?
– invadiu Coralina.
- Coralina, saia daqui, antes que eu te
corte com as minhas unhas!
Coralina sumiu com medo.
- Eu quero saber por que é diferente.
- Porque elas têm um preparo, sabem
mexer nas atiradeiras...
- Que atiradeiras? – quis saber a
princesa Éden.
- Não são atiradeiras – disse o capitão
Otto. – São armas. Temos espingardas, metralhadores, tudo o que há de mais
moderno em tecnologia de guerra.
Éden de Bassora permanecia alheia.
- Tá, e o que tem demais?
- Como o que tem demais? – assustava o
capitão von Lucken. – Isso mata mais do que lança, espada, essas coisas
ultrapassadas que vocês, árabes, portam.
- Nossa!
Agora, sim, a princesa parecia
admirada.
- Quer dizer então que vossas armas são
melhores do que as nossas?
- Muito mais! – confirmou o capitão.
- Surpreendente.
- Surpreendente, porque você ainda não
viu como elas atiram. Mostre para ela, Hans!
- Com prazer, capitão.
Hans caminhou em direção à janela e
avistou um viajante no deserto. Todos seguiam seus movimentos com olhares
atentos. Hans não pensou duas vezes. Atirou o homem, que caiu ao lado de seu
camelo lá longe.
- Por Alá, ele matou um árabe! –
lamentou o sheik Omar.
- Que diferença faz? Era um viajante. E
quem nos garante que ele é árabe? Pode ser algum outro povo que tenha camelo,
ué? Isso não significa nada – interveio a princesa Éden.
- Mas o que achou da arma? – perguntou
Otto von Lucken.
- Magnífica! Sem dúvida precisamos
disso aí. É difícil mexer nisso?
- Não. Com a prática seu conhecimento
se desenvolve.
- Hum... Interessante.
- Você ainda não viu nada – respondeu o
capitão. – Há mais mistérios entre o céu e a Terra do que imagina nossa vã
inteligência.
- E poético! – surpreendeu a princesa,
rindo.
- A gente tenta – ria o capitão,
acompanhado pelo riso de todos. – Bom, mas, já que chegaste agora, quero que
fique sabendo de antemão onde se encontram os nossos queridos prisioneiros.
- Quem são eles? – perguntou a princesa
Éden.
- Ninguém menos que a princesa
francesa, dona Jeanette Legrand, e o namoradinho dela ou noivo, sei lá o que é,
o capitão Maurice Dumont.
- Posso vê-los?
- Deve. Me acompanhe.
E foi assim que a princesa árabe Éden
de Bassora ficou conhecendo os prisioneiros franceses separados cada qual em um
quarto. Enquanto ela os via acuados, ria muito da vitória facilmente
conquistada.
AGUARDE O PRÓXIMO CAPÍTULO!
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