quinta-feira, 8 de novembro de 2012

O Sheik de Agadir


O SHEIK DE AGADIR
Atenção: esta é uma obra de ficção baseada na livre criação artística e sem compromisso com a realidade.
Original de GLÓRIA MAGADAN
Adaptado pelo COMENTARISTA VIRTUAL
Contato (Só MSN): comentaristavirtual@hotmail.com
CAPÍTULO 13
Frieda chegou ao palácio da França, esbaforida.
- Calma, Frieda, respire! – recomendou Hans. – Assim não há coração que aguente.
- Preciso falar urgentemente com o capitão Otto. Onde ele está?
- Ele está no escritório, por quê?
- Eu vou até lá.
- Mas espere, Frieda! Me diga por que tanta pressa.
Frieda só olhou para Hans. Por fim, completou:
- Prepare-se, Hans! Uma bomba vai deixa Agadir no chão.
Hans ficou confuso e assustado ao mesmo tempo e Frieda se retirou.
- Em Agadir? – questionou o capitão Otto, levantando-se da poltrona do escritório. – A princesa Éden?
- Isso mesmo, capitão. Ela e Coralina, aliás. As duas foram lá para o Marrocos.
- Minha nossa!
- E agora, capitão, o que faremos? – perguntou ela.
- Não há nada que possamos fazer.
- Como não, capitão von Lucken? A gente não pode ficar esperando ocorrer uma tragédia. Precisamos agir e já!
- Contenha-se, Frieda! Não há motivos para tantas preocupações.
- Será que não, capitão? Olhe, que eu tenho minhas dúvidas.
- Pois as ignore, Frieda, estou dizendo. Se a princesa Éden quiser ir para onde bem entender que vá, afinal de contas não a temos como prisioneira.
- Certamente, capitão, mas eu acho...
- Você não está aqui para achar nada, Frieda! Vamos encerrar essa conversa.
- Perfeitamente, capitão Otto.
- Agora saia, retire-se!
- Como queira, capitão.
E, saudando-se do capitão Otto von Lucken, Frieda se retirou do local. Hans entrou.
- Capitão, eu...
- Como entra dessa forma, Stauber, sem pedir licença nem nada?
- É que eu não resisto mais, capitão, o senhor me desculpe. Eu quero saber o que está acontecendo, se não for incômodo.
- Incômodo nenhum, Stauber. É a Frieda que está aí achando que alguma coisa vai acontecer.
- Tipo o que, capitão?
- É que a princesa Éden e a criada dela, a Coralina, foram para Agadir.
- Pois danou-se, ele está lá com a princesa Jeanette!
- E que mal tem nisso?
- Por que pergunta isso, capitão? A princesa Éden não devia ter saído daqui para ir até lá. Se ela descobre o que o sheik Omar pretende com Jeanette, vai ter uma confusão dos diabos!
- Pois deixa que tenha, Hans, ou você acha mesmo que estou preocupado com isso?
- Não está?
- Claro que não, Stauber, nem um pouquinho. Se alguém for prejudicado nessa história será o sheik e com ele não devemos nos importar. Ele que arranjou a sarna, não foi? Pois então ele que a coce!
- Oi – disse Frieda no quarto do capitão Maurice.
- Oi – respondeu ele.
- Como anda passando?
- Nada bem.
- Imagino.
- O que a traz aqui?
- Vim lhe fazer uma visita, eu posso entrar?
- A vontade que eu tenho é de açoitar você, Coralina! – disse a princesa Éden no deserto, cavalgando no camelo.
- Eu?
- É.
- Mas por quê? – não entendia a criada, também em cima do camelo.
- Por causa dessa sua morosidade. Vamos depressa, pois o tempo urge!
- Estou sendo mais rápida que posso, Alteza.
- Quando eu o pegar, vou dilacerar o coração do sheik com minhas próprias unhas.
- Mas por que, Alteza? O que de tão mal ele pode haver realizado?
- Ele e aquela nojentinha da princesa Jeanette... Os dois vão me pagar!
E sumiu rapidamente, deixando Coralina a se engasgar com a poeira.
- Já entrou, né? Agora basta fechar a porta.
- Hum, que delícia! Vai fazer o que comigo, capitão Maurice?
- Vê se não me torra, Frieda! Estou hoje sem paciência pra nada, ouviste?
- Ouvi, porque não sou surda. Mas pode-se saber qual o motivo de sua aflição?
- Estou com ódio do sheik Omar, aquele homem há de me pagar!
- Então já sabe, não é?
- Que ele raptou Jeanette? Sim, já sei.
- E o que pretende?
- Resgatá-la. Eu não vou ficar aqui parado, Frieda, se é isso que você está pensando.
- Cuidado, capitão Dumont. Essa é uma atitude insensata.
- E daí? Que mal há?
- Vai se arriscar por Jeanette?
- Se preciso for, sim, ela é minha noiva.
- Sorte dela, hein?
- Pare, Frieda, por favor!
- Capitão Maurice – se aproximou e lhe acariciou o peitoral –, o que viu em Jeanette?
- Pureza, amor, vi coisas que o sheik jamais pôde nela enxergar – disse ele, se esquivando. – A minha Jeanette não é um objeto de puro prazer sexual. E eu também não, Frieda, tire a mão!
- Eu posso lhe ser franca, capitão Maurice?
- Deve.
- Eu acho que é exatamente isso que ele há de fazer com ela.
- Isso o quê? O que você acredita que ele fará com Jeanette?
- Ora, e tu tens dúvida? Vai transformá-la em odalisca!
A notícia caiu como uma bomba para o coração do capitão Maurice Dumont.
- Em odalisca? – recusava-se a acreditar.
- Odalisca – confirmou Frieda. – Ela vai virar a escrava dele. E não uma escrava qualquer, mas uma escrava sexual.
- Isso nunca! – esmurrou o colchão o capitão Maurice Dumont. – Antes que isso ocorra, eu o matarei!
- Então é melhor se apressar, capitão, pois o tempo só está passando.
- Tem razão – e prepara-se para sair.
- Ei – segura-o Frieda -, aonde pensas que vai?
- Buscar minha amada.
- Ah, não, isso, não! Daqui você só sai por cima do meu cadáver!
- Vamos descansar um pouco, Alteza. Preciso beber água ou vou morrer. Já não aguento mais!
- Então morra, serva inútil! – respondeu maquiavelicamente a princesa Éden para Coralina.
- Por favor, Alteza, não diga isso, tenha um pouco mais de piedade!
- Se você está viva até hoje é porque eu tive foi piedade por demais, sua bruxa do demônio!
- Credo, princesa Éden, não fala comigo assim!
- Falo, sim, porque eu sou princesa e princesa pode tudo. Agora cale-se e continue cada vez mais rápido ou, além do sheik Omar e da princesa Jeanette Legrand, eu também matarei você!
- Já tô andando, já tô andando – apressou-se Coralina, com medo.
No estábulo, Hans levava feno para seu cavalo, quando viu Zebedeu, que debochou dele:
- Olha só! O soldado foi rebaixado, agora ele é um criado! – ria ele.
- Pois eu tô é alimentando o meu cavalo, coisa estranha!
- Estranho é você, que acredita que Frieda possas te querer, um dia – e pôs-se a gargalhar.
- A esperança é a última que morre.
- Mas o que é isso, companheiro? No seu caso, a esperança nem nasceu – volta a gargalhar Zebedeu.
- Vai embora daqui, eu não quero brigar!
- Ah, não, é? Por quê? O soldadinho... quer dizer: criadinho tá com medo, é?
- Pare de me provocar!
- Criadagem! – e gargalhou mais alto do que nunca.
Hans atirou o balde no chão.
- Eu já disse pra você parar! – ordenou ele, ameaçador.
- E se eu não parar, vai fazer o que comigo, hein?
- Vou fazer isso – e Hans lhe dá um murro no nariz de Zebedeu.
- Ai – fez ele, enquanto sangue brotava de seu nariz.
- Mas o que é isso, Frieda, você enlouqueceu?
- Não, por quê?
- Como não? Você mesma disse pra eu correr atrás dela e agora quer que eu não faça isso? Eu não te entendi.
- E não é pra entender mesmo, é pra escutar e ficar quieto – disse e explicou por que: – Se você sair daqui, você vai ser morto pelo primeiro soldado escondido no deserto e aí, sim, a sua princesinha do amor estará perdida de vez, longe do seu socorro.
- Isso não há de acontecer. Eu sei me cuidar.
- Falar todo mundo fala, meu filho. Mas, na hora do vamos ver, quando a gente tá com a cabeça quente, fervendo, a gente faz tudo de qualquer jeito aí você já viu, né, tudo se complica.
- O que recomenda-me então?
- Fique aí.
- Mas eu aqui não posso ficar!
- Mas vai ficar aí, sim! E, se não for por bem, com certeza vai ser por mal, mas você vai ficar!
E, a cada segundo que passava, o capitão Maurice Dumont entendia Frieda menos.
AGUARDE O PRÓXIMO CAPÍTULO!









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