O SHEIK DE AGADIR
Atenção: esta é uma obra de ficção baseada na livre criação artística e
sem compromisso com a realidade.
Original de GLÓRIA MAGADAN
Adaptado pelo COMENTARISTA VIRTUAL
Contato (Só MSN):
comentaristavirtual@hotmail.com
CAPÍTULO 13
Frieda chegou ao palácio da França,
esbaforida.
- Calma, Frieda, respire! –
recomendou Hans. – Assim não há coração que aguente.
- Preciso falar urgentemente com o
capitão Otto. Onde ele está?
- Ele está no escritório, por quê?
- Eu vou até lá.
- Mas espere, Frieda! Me diga por que
tanta pressa.
Frieda só olhou para Hans. Por fim,
completou:
- Prepare-se, Hans! Uma bomba vai
deixa Agadir no chão.
Hans ficou confuso e assustado ao
mesmo tempo e Frieda se retirou.
- Em Agadir? – questionou o capitão
Otto, levantando-se da poltrona do escritório. – A princesa Éden?
- Isso mesmo, capitão. Ela e
Coralina, aliás. As duas foram lá para o Marrocos.
- Minha nossa!
- E agora, capitão, o que faremos? –
perguntou ela.
- Não há nada que possamos fazer.
- Como não, capitão von Lucken? A
gente não pode ficar esperando ocorrer uma tragédia. Precisamos agir e já!
- Contenha-se, Frieda! Não há motivos
para tantas preocupações.
- Será que não, capitão? Olhe, que eu
tenho minhas dúvidas.
- Pois as ignore, Frieda, estou dizendo.
Se a princesa Éden quiser ir para onde bem entender que vá, afinal de contas
não a temos como prisioneira.
- Certamente, capitão, mas eu acho...
- Você não está aqui para achar nada,
Frieda! Vamos encerrar essa conversa.
- Perfeitamente, capitão Otto.
- Agora saia, retire-se!
- Como queira, capitão.
E, saudando-se do capitão Otto von
Lucken, Frieda se retirou do local. Hans entrou.
- Capitão, eu...
- Como entra dessa forma, Stauber,
sem pedir licença nem nada?
- É que eu não resisto mais, capitão,
o senhor me desculpe. Eu quero saber o que está acontecendo, se não for
incômodo.
- Incômodo nenhum, Stauber. É a
Frieda que está aí achando que alguma coisa vai acontecer.
- Tipo o que, capitão?
- É que a princesa Éden e a criada
dela, a Coralina, foram para Agadir.
- Pois danou-se, ele está lá com a
princesa Jeanette!
- E que mal tem nisso?
- Por que pergunta isso, capitão? A
princesa Éden não devia ter saído daqui para ir até lá. Se ela descobre o que o
sheik Omar pretende com Jeanette, vai ter uma confusão dos diabos!
- Pois deixa que tenha, Hans, ou você
acha mesmo que estou preocupado com isso?
- Não está?
- Claro que não, Stauber, nem um
pouquinho. Se alguém for prejudicado nessa história será o sheik e com ele não
devemos nos importar. Ele que arranjou a sarna, não foi? Pois então ele que a
coce!
- Oi – disse Frieda no quarto do
capitão Maurice.
- Oi – respondeu ele.
- Como anda passando?
- Nada bem.
- Imagino.
- O que a traz aqui?
- Vim lhe fazer uma visita, eu posso
entrar?
- A vontade que eu tenho é de açoitar
você, Coralina! – disse a princesa Éden no deserto, cavalgando no camelo.
- Eu?
- É.
- Mas por quê? – não entendia a
criada, também em cima do camelo.
- Por causa dessa sua morosidade.
Vamos depressa, pois o tempo urge!
- Estou sendo mais rápida que posso,
Alteza.
- Quando eu o pegar, vou dilacerar o
coração do sheik com minhas próprias unhas.
- Mas por que, Alteza? O que de tão
mal ele pode haver realizado?
- Ele e aquela nojentinha da princesa
Jeanette... Os dois vão me pagar!
E sumiu rapidamente, deixando
Coralina a se engasgar com a poeira.
- Já entrou, né? Agora basta fechar a
porta.
- Hum, que delícia! Vai fazer o que
comigo, capitão Maurice?
- Vê se não me torra, Frieda! Estou
hoje sem paciência pra nada, ouviste?
- Ouvi, porque não sou surda. Mas
pode-se saber qual o motivo de sua aflição?
- Estou com ódio do sheik Omar,
aquele homem há de me pagar!
- Então já sabe, não é?
- Que ele raptou Jeanette? Sim, já
sei.
- E o que pretende?
- Resgatá-la. Eu não vou ficar aqui
parado, Frieda, se é isso que você está pensando.
- Cuidado, capitão Dumont. Essa é uma
atitude insensata.
- E daí? Que mal há?
- Vai se arriscar por Jeanette?
- Se preciso for, sim, ela é minha
noiva.
- Sorte dela, hein?
- Pare, Frieda, por favor!
- Capitão Maurice – se aproximou e
lhe acariciou o peitoral –, o que viu em Jeanette?
- Pureza, amor, vi coisas que o sheik
jamais pôde nela enxergar – disse ele, se esquivando. – A minha Jeanette não é
um objeto de puro prazer sexual. E eu também não, Frieda, tire a mão!
- Eu posso lhe ser franca, capitão
Maurice?
- Deve.
- Eu acho que é exatamente isso que
ele há de fazer com ela.
- Isso o quê? O que você acredita que
ele fará com Jeanette?
- Ora, e tu tens dúvida? Vai
transformá-la em odalisca!
A notícia caiu como uma bomba para o
coração do capitão Maurice Dumont.
- Em odalisca? – recusava-se a
acreditar.
- Odalisca – confirmou Frieda. – Ela
vai virar a escrava dele. E não uma escrava qualquer, mas uma escrava sexual.
- Isso nunca! – esmurrou o colchão o
capitão Maurice Dumont. – Antes que isso ocorra, eu o matarei!
- Então é melhor se apressar,
capitão, pois o tempo só está passando.
- Tem razão – e prepara-se para sair.
- Ei – segura-o Frieda -, aonde
pensas que vai?
- Buscar minha amada.
- Ah, não, isso, não! Daqui você só
sai por cima do meu cadáver!
- Vamos descansar um pouco, Alteza.
Preciso beber água ou vou morrer. Já não aguento mais!
- Então morra, serva inútil! –
respondeu maquiavelicamente a princesa Éden para Coralina.
- Por favor, Alteza, não diga isso,
tenha um pouco mais de piedade!
- Se você está viva até hoje é porque
eu tive foi piedade por demais, sua bruxa do demônio!
- Credo, princesa Éden, não fala
comigo assim!
- Falo, sim, porque eu sou princesa e
princesa pode tudo. Agora cale-se e continue cada vez mais rápido ou, além do
sheik Omar e da princesa Jeanette Legrand, eu também matarei você!
- Já tô andando, já tô andando –
apressou-se Coralina, com medo.
No estábulo, Hans levava feno para
seu cavalo, quando viu Zebedeu, que debochou dele:
- Olha só! O soldado foi rebaixado,
agora ele é um criado! – ria ele.
- Pois eu tô é alimentando o meu
cavalo, coisa estranha!
- Estranho é você, que acredita que
Frieda possas te querer, um dia – e pôs-se a gargalhar.
- A esperança é a última que morre.
- Mas o que é isso, companheiro? No
seu caso, a esperança nem nasceu – volta a gargalhar Zebedeu.
- Vai embora daqui, eu não quero
brigar!
- Ah, não, é? Por quê? O
soldadinho... quer dizer: criadinho tá com medo, é?
- Pare de me provocar!
- Criadagem! – e gargalhou mais alto
do que nunca.
Hans atirou o balde no chão.
- Eu já disse pra você parar! –
ordenou ele, ameaçador.
- E se eu não parar, vai fazer o que
comigo, hein?
- Vou fazer isso – e Hans lhe dá um
murro no nariz de Zebedeu.
- Ai – fez ele, enquanto sangue brotava
de seu nariz.
- Mas o que é isso, Frieda, você
enlouqueceu?
- Não, por quê?
- Como não? Você mesma disse pra eu
correr atrás dela e agora quer que eu não faça isso? Eu não te entendi.
- E não é pra entender mesmo, é pra
escutar e ficar quieto – disse e explicou por que: – Se você sair daqui, você
vai ser morto pelo primeiro soldado escondido no deserto e aí, sim, a sua
princesinha do amor estará perdida de vez, longe do seu socorro.
- Isso não há de acontecer. Eu sei me
cuidar.
- Falar todo mundo fala, meu filho.
Mas, na hora do vamos ver, quando a gente tá com a cabeça quente, fervendo, a
gente faz tudo de qualquer jeito aí você já viu, né, tudo se complica.
- O que recomenda-me então?
- Fique aí.
- Mas eu aqui não posso ficar!
- Mas vai ficar aí, sim! E, se não
for por bem, com certeza vai ser por mal, mas você vai ficar!
E, a cada segundo que passava, o
capitão Maurice Dumont entendia Frieda menos.
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