terça-feira, 6 de novembro de 2012

Relembrando que toda terça as novelas começam mais tarde


O SHEIK DE AGADIR
Atenção: esta é uma obra de ficção baseada na livre criação artística e sem compromisso com a realidade.
Original de GLÓRIA MAGADAN
Adaptado pelo COMENTARISTA VIRTUAL
Contato (Só MSN): comentaristavirtual@hotmail.com
CAPÍTULO 12
- Não, pode ir embora, não tem essa necessidade – rebateu a princesa Legrand.
- Eu insisto. Eu quero lhe fazer companhia – respondeu o sheik Omar.
- Mas quem não quer sou eu. Vai embora!
- Não pode destratar um sheik dessa maneira.
- Eu posso e vou, se insistir em ficar.
- Não sejais tão teimosa, princesa Jeanette Legrand. Eu posso me aborrecer e acabar fazendo besteira.
- Uma besteira? – assustava-se ela.
- É. E eu sentiria muito em ter que fazer algo de ruim com você.
- O que você quer de mim? – a princesa continuava chorosa.
O sheik Omar deu uma risada.
- O que eu quero de você? Simples: você.
Aí que ela petrificou-se de vez.
- Eu queria ser um mosquito pra saber o que ele tá fazendo com ela em Agadir – disse Hans para o capitão Otto no escritório do palácio.
- Na certa ele deve estar se divertindo – respondeu o capitão nazista.
E riram os dois.
- E que homem não se aproveitaria daquela situação, hein? Ela é uma mulher e tanto.
- Certamente, soldado Stauber.
- Mas a vida é assim mesmo. Não existiriam os fortes se não houvessem os fracos.
- Pois é. E eu faço até gosto que seja assim mesmo.
Na cozinha do palácio, a princesa Éden estava inquieta.
- Se aquele traidor dos infernos acha que eu vou ficar aqui abandonada, ele está redondamente enganado!
- Princesa Éden, seja mais clara. Eu não consigo compreender de quem Vossa Alteza esteja falando – responde Coralina.
- E não tem nada que compreender mesmo. Cuide dos seus afazeres, que assim você ganha mais, entendeu?
A princesa Éden saiu.
- Essa princesinha anda cada vez mais esquisita. Mas por que será? – perguntava-se Coralina.
- Refeição – anunciou Madelon, logo ao chegar ao quarto do capitão Maurice Dumont.
- Madelon, eu não tô com fome.
- Não?
- Não.
- Mas o que é isso, capitão Maurice? Você precisa se alimentar. Minha vó dizia que saco vazio não para em pé.
- Que se dane sua avó e seus conselhos, Madelon! Comer eu não quero.
- O que quer então?
- Eu quero saber o que é que anda acontecendo nesse palácio.
Tensão.
Em Agadir, o sheik Omar despejava vinho no copo da princesa Jeanette.
- Isso, assim, como um camelo fácil de se domar.
- Então é assim que me vê: como um camelo?
- Não – respondeu Omar Ben Nazir. – Eu a vejo como você é: como uma mulher. Mais ainda: como uma princesa. E, como princesa, eu lhe devo tratar com todas as honrarias disponíveis.
- Então, se tem que ser assim, tratar-me com todas as honrarias disponíveis, então deixe me ir. Não é certo uma princesa bancar a prisioneira, não acha?
- Acho, mas é um mal necessário.
- Por quê?
- Porque eu te amo, será que você não se dá conta?
- Mas eu não amo você, sheik. Já conquistou meu palácio, isso não lhe satisfaz? Quer agora me conquistar também?
- Exatamente.
- Eu não quero nada com você, eu sou comprometida.
- E que problema tem o seu noivo? Eu mato ele e, pronto, acabou-se.
- O senhor não se atreva!
- Me atrevo, sim, se continuar resistindo, menina!
- Oh, não, sheik, me esqueça!
- Nunca! Se eu não tiver você, princesa Jeanette, e é bom que tu leves isso em consideração, ninguém a terá.
De frente do espelho de seu quarto, a princesa Éden estava brava mesmo, quase se agredindo através do espelho.
- Desgraçado, pilantra, safado!
E puxava os próprios cabelos.
- Eu vou lhe ensinar, seu desgraçado, eu vou lhe matar!
Coralina chegava pra saber o que tinha acontecido, quando, num encontrão com a princesa Éden, que saía, quase foi arremessada da porta.
- Por Alá, um furacão!
- Furacão, sim, e dos brabos! Vou lá e vai ser pra abalar Agadir!
E assim a princesa Éden saiu dali.
- Vai me dizer ou não? – inquiriu o capitão Dumont à Madelon.
- Não tem nada de novo.
- Como não? Alguma coisa anda acontecendo e eu quero saber o que é.
- Não é nada. São coisas da sua cabecinha.
- Deixe de ser cínica, garota!
- Cínica tua mãe! E, já que andas assim tão atrevidinho, eu vou lhe dizer o que tá acontecendo, sim, para que você sofra ainda mais. A sua princesinha do coração foi raptada.
- Como é?
- Foi. E pelo sheik Omar. Ela está lá em Agadir.
- Não, não pode ser!
- Não só pode ser como é. Está satisfeito agora? Gostou de saber toda a verdade?
- Pobre diabo! Quando eu o pegar...
- Não, não vai, sabe por quê? Porque lá é um local seguro e até que você chegue lá, se é que está pensando nisso, terá que enfrentar primeiro muitos perigos.
- Por Jeanette eu sou capaz.
- Que bom. Eu quero é ver – e saiu Madelon, o deixando atônito em seus pensamentos.
Enquanto isso, Frieda dava disparos no deserto, quando chegou Zebedeu.
- Oi.
- PÁ! – fez a arma. Por pouco Frieda não fura o ex-noivo!
- Ow! – assustou-se ele. – Maluca! Quase me acertou, sabia?
- Seria bem-feito. Quem mandou chegar de fininho?
- Ah, é que eu quis lhe fazer uma surpresa.
- E acabou que quem fez fui eu – riu a moça.
- Então, vamos conversar?
- Ah, não de novo?
- Nossa, Frieda, eu sou tão chato assim?
- Muito mais do que se imagina. Você é insuportável!
- Só por que eu te abandonei no altar?
- Uh, e você acha pouco?
- Não, é que...
- Aproveitando que você começou esse assunto, por que não me esclarece de vez essa história, hum? Zebedeu, por que você me abandonou no altar?
Zebedeu suspirou.
- Vamos, Zebedeu, é segredo, não pode falar, o quê que há?
- Lá vem você de novo.
- Por que você me abandonou no altar?
- Frieda, de novo isso?
- Eu lhe fiz uma pergunta simples, Zebedeu, muito simples. Por que não responde?
- Eu acho que isso não é digno de resposta.
- Muito bem, por essas e outras que você prova o canalha que tu és – e se levantou pra sair, quando foi segurada por Zebedeu.
- Frieda, por favor, não vai-te embora. Fica! Fica aqui comigo!
- Você vai me responder o que eu quero saber?
- Responder o quê?
- Por que você me abandonou no altar?
- Frieda, não é hora pra isso.
- Como não? Até hoje eu me pergunto, tento compreender aquela situação, mas não consigo digerir isso até hoje.
- Frieda, naquela época eu não estava preparado para uma relação.
- Ah, e agora você está?
- Agora eu tô. Frieda, agora eu tô, sim, Frieda. Eu só preciso de mais uma chance, meu amor.
- A chance que você merecia, Zebedeu, eu já te dei. De você agora eu não quero ver nem a sombra, viu?
- Frieda, por fa...
- E assunto encerrado. Saia já de perto de mim ou terá mais do que o meu não!
- Tá bom, eu saio. Mas, um dia, Frieda, e disso você ainda vai se lembrar, você vai me dar valor e, nesse dia, sou eu quem não vai te querer.
- Vai-te embora, Zebedeu!
Zebedeu se retira.
Frieda cai no chão e começa a chorar, se lembrando daquela cena de que jamais se esqueceria: a de quando foi largada no altar, diante de muitos convidados, cochichos, caras e bocas.
- Não, ele não merece uma chance. Jamais!
Frieda põe-se a chorar.
Muito tempo se passara e ela ainda chorava, quando viu dois camelos passando perto dela: eram a princesa Éden e a criada Coralina. Frieda não resistiu e perguntou:
- Para onde vão vocês duas?
A princesa Éden foi curta e grossa:
- Para o inferno chamado Agadir! Vocês vão ver, hoje o sheik me paga! Ah, mas eu acabo com a raça dele, ô, se acabo!
E guiou o camelo para a direção do Marrocos.
- Ei, espera aí, Alteza – disse Coralina, sem acompanhar o ritmo.
- Para Agadir? – repetia Frieda, assustada. – Não, o capitão Otto precisa saber dessa novidade. E eu vou lá pra contar.
E assim saiu Frieda, determinada a lhe revelar tudo.
AGUARDE O PRÓXIMO CAPÍTULO!


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