O SHEIK DE AGADIR
Atenção: esta é uma obra de ficção baseada na livre
criação artística e sem compromisso com a realidade.
Original de GLÓRIA MAGADAN
Adaptado pelo COMENTARISTA VIRTUAL
Contato (Só MSN): comentaristavirtual@hotmail.com
CAPÍTULO 12
- Não, pode ir
embora, não tem essa necessidade – rebateu a princesa Legrand.
- Eu insisto. Eu
quero lhe fazer companhia – respondeu o sheik Omar.
- Mas quem não quer
sou eu. Vai embora!
- Não pode
destratar um sheik dessa maneira.
- Eu posso e vou,
se insistir em ficar.
- Não sejais tão
teimosa, princesa Jeanette Legrand. Eu posso me aborrecer e acabar fazendo
besteira.
- Uma besteira? –
assustava-se ela.
- É. E eu sentiria
muito em ter que fazer algo de ruim com você.
- O que você quer
de mim? – a princesa continuava chorosa.
O sheik Omar deu
uma risada.
- O que eu quero de
você? Simples: você.
Aí que ela
petrificou-se de vez.
- Eu queria ser um
mosquito pra saber o que ele tá fazendo com ela em Agadir – disse Hans para o
capitão Otto no escritório do palácio.
- Na certa ele deve
estar se divertindo – respondeu o capitão nazista.
E riram os dois.
- E que homem não
se aproveitaria daquela situação, hein? Ela é uma mulher e tanto.
- Certamente,
soldado Stauber.
- Mas a vida é
assim mesmo. Não existiriam os fortes se não houvessem os fracos.
- Pois é. E eu faço
até gosto que seja assim mesmo.
Na cozinha do
palácio, a princesa Éden estava inquieta.
- Se aquele traidor
dos infernos acha que eu vou ficar aqui abandonada, ele está redondamente
enganado!
- Princesa Éden,
seja mais clara. Eu não consigo compreender de quem Vossa Alteza esteja falando
– responde Coralina.
- E não tem nada
que compreender mesmo. Cuide dos seus afazeres, que assim você ganha mais,
entendeu?
A princesa Éden
saiu.
- Essa princesinha
anda cada vez mais esquisita. Mas por que será? – perguntava-se Coralina.
- Refeição –
anunciou Madelon, logo ao chegar ao quarto do capitão Maurice Dumont.
- Madelon, eu não
tô com fome.
- Não?
- Não.
- Mas o que é isso,
capitão Maurice? Você precisa se alimentar. Minha vó dizia que saco vazio não
para em pé.
- Que se dane sua
avó e seus conselhos, Madelon! Comer eu não quero.
- O que quer então?
- Eu quero saber o
que é que anda acontecendo nesse palácio.
Tensão.
Em Agadir, o sheik
Omar despejava vinho no copo da princesa Jeanette.
- Isso, assim, como
um camelo fácil de se domar.
- Então é assim que
me vê: como um camelo?
- Não – respondeu
Omar Ben Nazir. – Eu a vejo como você é: como uma mulher. Mais ainda: como uma
princesa. E, como princesa, eu lhe devo tratar com todas as honrarias
disponíveis.
- Então, se tem que
ser assim, tratar-me com todas as honrarias disponíveis, então deixe me ir. Não
é certo uma princesa bancar a prisioneira, não acha?
- Acho, mas é um
mal necessário.
- Por quê?
- Porque eu te amo,
será que você não se dá conta?
- Mas eu não amo
você, sheik. Já conquistou meu palácio, isso não lhe satisfaz? Quer agora me
conquistar também?
- Exatamente.
- Eu não quero nada
com você, eu sou comprometida.
- E que problema
tem o seu noivo? Eu mato ele e, pronto, acabou-se.
- O senhor não se
atreva!
- Me atrevo, sim,
se continuar resistindo, menina!
- Oh, não, sheik,
me esqueça!
- Nunca! Se eu não
tiver você, princesa Jeanette, e é bom que tu leves isso em consideração,
ninguém a terá.
De frente do
espelho de seu quarto, a princesa Éden estava brava mesmo, quase se agredindo
através do espelho.
- Desgraçado,
pilantra, safado!
E puxava os
próprios cabelos.
- Eu vou lhe
ensinar, seu desgraçado, eu vou lhe matar!
Coralina chegava
pra saber o que tinha acontecido, quando, num encontrão com a princesa Éden,
que saía, quase foi arremessada da porta.
- Por Alá, um
furacão!
- Furacão, sim, e
dos brabos! Vou lá e vai ser pra abalar Agadir!
E assim a princesa
Éden saiu dali.
- Vai me dizer ou
não? – inquiriu o capitão Dumont à Madelon.
- Não tem nada de
novo.
- Como não? Alguma
coisa anda acontecendo e eu quero saber o que é.
- Não é nada. São
coisas da sua cabecinha.
- Deixe de ser
cínica, garota!
- Cínica tua mãe!
E, já que andas assim tão atrevidinho, eu vou lhe dizer o que tá acontecendo,
sim, para que você sofra ainda mais. A sua princesinha do coração foi raptada.
- Como é?
- Foi. E pelo sheik
Omar. Ela está lá em Agadir.
- Não, não pode
ser!
- Não só pode ser
como é. Está satisfeito agora? Gostou de saber toda a verdade?
- Pobre diabo!
Quando eu o pegar...
- Não, não vai,
sabe por quê? Porque lá é um local seguro e até que você chegue lá, se é que
está pensando nisso, terá que enfrentar primeiro muitos perigos.
- Por Jeanette eu
sou capaz.
- Que bom. Eu quero
é ver – e saiu Madelon, o deixando atônito em seus pensamentos.
Enquanto isso,
Frieda dava disparos no deserto, quando chegou Zebedeu.
- Oi.
- PÁ! – fez a arma.
Por pouco Frieda não fura o ex-noivo!
- Ow! – assustou-se
ele. – Maluca! Quase me acertou, sabia?
- Seria bem-feito.
Quem mandou chegar de fininho?
- Ah, é que eu quis
lhe fazer uma surpresa.
- E acabou que quem
fez fui eu – riu a moça.
- Então, vamos
conversar?
- Ah, não de novo?
- Nossa, Frieda, eu
sou tão chato assim?
- Muito mais do que
se imagina. Você é insuportável!
- Só por que eu te
abandonei no altar?
- Uh, e você acha
pouco?
- Não, é que...
- Aproveitando que
você começou esse assunto, por que não me esclarece de vez essa história, hum?
Zebedeu, por que você me abandonou no altar?
Zebedeu suspirou.
- Vamos, Zebedeu, é
segredo, não pode falar, o quê que há?
- Lá vem você de
novo.
- Por que você me
abandonou no altar?
- Frieda, de novo
isso?
- Eu lhe fiz uma
pergunta simples, Zebedeu, muito simples. Por que não responde?
- Eu acho que isso
não é digno de resposta.
- Muito bem, por
essas e outras que você prova o canalha que tu és – e se levantou pra sair,
quando foi segurada por Zebedeu.
- Frieda, por
favor, não vai-te embora. Fica! Fica aqui comigo!
- Você vai me
responder o que eu quero saber?
- Responder o quê?
- Por que você me
abandonou no altar?
- Frieda, não é
hora pra isso.
- Como não? Até
hoje eu me pergunto, tento compreender aquela situação, mas não consigo digerir
isso até hoje.
- Frieda, naquela
época eu não estava preparado para uma relação.
- Ah, e agora você
está?
- Agora eu tô.
Frieda, agora eu tô, sim, Frieda. Eu só preciso de mais uma chance, meu amor.
- A chance que você
merecia, Zebedeu, eu já te dei. De você agora eu não quero ver nem a sombra,
viu?
- Frieda, por fa...
- E assunto
encerrado. Saia já de perto de mim ou terá mais do que o meu não!
- Tá bom, eu saio.
Mas, um dia, Frieda, e disso você ainda vai se lembrar, você vai me dar valor
e, nesse dia, sou eu quem não vai te querer.
- Vai-te embora,
Zebedeu!
Zebedeu se retira.
Frieda cai no chão
e começa a chorar, se lembrando daquela cena de que jamais se esqueceria: a de
quando foi largada no altar, diante de muitos convidados, cochichos, caras e
bocas.
- Não, ele não
merece uma chance. Jamais!
Frieda põe-se a
chorar.
Muito tempo se
passara e ela ainda chorava, quando viu dois camelos passando perto dela: eram
a princesa Éden e a criada Coralina. Frieda não resistiu e perguntou:
- Para onde vão
vocês duas?
A princesa Éden foi
curta e grossa:
- Para o inferno
chamado Agadir! Vocês vão ver, hoje o sheik me paga! Ah, mas eu acabo com a
raça dele, ô, se acabo!
E guiou o camelo
para a direção do Marrocos.
- Ei, espera aí,
Alteza – disse Coralina, sem acompanhar o ritmo.
- Para Agadir? –
repetia Frieda, assustada. – Não, o capitão Otto precisa saber dessa novidade.
E eu vou lá pra contar.
E assim saiu
Frieda, determinada a lhe revelar tudo.
AGUARDE O PRÓXIMO
CAPÍTULO!
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