segunda-feira, 5 de novembro de 2012

O que vai dar o rapto de Jeannete


O SHEIK DE AGADIR
Atenção: esta é uma obra de ficção baseada na livre criação artística e sem compromisso com a realidade.
Original de GLÓRIA MAGADAN
Adaptado pelo COMENTARISTA VIRTUAL
Contato (Só MSN): comentaristavirtual@hotmail.com
CAPÍTULO 11
- Não, o meu irmão, não! Por favor, não! – suplicava a princesa da França.
- Não vamos fazer nada com ele, Alteza – interveio o capitão Otto von Lucken. – A não ser que ele não se comporte.
- Fica quieto, Jesse! – ordenou a princesa Jeanette. – É a mim que eles querem!
- Mas, minha irmã...
- Quieto, já disse! Não se arrisque, irmão. Tudo isso um dia passa, eu sei que passa.
- Eu, se fosse você, não teria tanta certeza, princesinha Jeanette – respondeu von Lucken. – É muito difícil falar do futuro, porque a gente desconhece os desígnios do destino.
- Mas eu tenho fé que isso vai passar e que vocês ainda vão pagar muito caro por tudo de ruim que estão fazendo!
- Basta! A princesinha já disse tudo – disse e a levou, enquanto ela ainda esperneava.
- Larga a minha irmã, seu covarde, largue minha irmã!
Hans, na frente do príncipe, destravou a arma. Príncipe Jesse estava apreensivo. Hans acabou com o mistério: puxou o gatilho e atirou na perna do garoto, que berrou de dor.
- Seu desgraçado!
Hans riu e saiu.
- Desgraçado, minha perna, ai, ai!
- O que foi isso? – perguntou a princesa Jeanette, sendo levada pelo capitão Otto.
- Nada.
- Vocês mataram meu irmão? Hein? Vamos, fale, miserável!
- Caladinha aí, maldita, ou mataremos tu também!
- Desgraçados, miseráveis, mas vocês ainda vão me pagar! Vão se arrepender!
- Que bagunça é essa aí? – perguntou Coralina, chegando na sala, acompanhada pela princesa Éden.
- Parece que vão sumir com a princesinha – disse a princesa Éden e gargalhou. – Eu só queria saber em que lugar.
Hans veio descendo a escada.
- Você matou meu irmão? Matou, seu covarde?
- Cala a boca! – berrou Hans. – Eu não matei ninguém, só lhe ensinei a ficar mais quieto.
- O que fizeste? – perguntou o capitão Otto.
- Só atirei na perna dele.
- Ah...
- Maldito, covarde, filho do demônio, sem coração!
E, assim, entre muitos xingamentos, a princesa foi posta num cavalo, que a aguardava na frente do palácio.
- Fica quietinha, princesa, senão é pior pra você – aconselhou o capitão nazista.
A princesa Jeanette cuspiu na cara dele. Ele limpou o rosto, deu-lhe um bofetão e lhe disse:
- Faça isso de novo e eu arranco a sua língua!
E assim a princesa foi levada para Agadir.
- Pronto, foi feita a vontade do sheik – riu o capitão von Lucken, acompanhado por Hans Stauber.
Enquanto se divertiam com aquele acontecimento, Madelon, no quarto onde o príncipe Jesse encontra-se, lhe fazia um curativo.
- Calma, calma! Já retirei a bala.
O príncipe Jesse suspirava.
- Eu ainda ponho um fim naquele diabo!
- Vai, sim, mas não agora. Você precisa se recuperar. Viu o que dá ser teimoso? Resolve nada, acaba ferido!
- Ai! – queixou-se o príncipe Jesse, quando ela apertou a faixa.
- Calma! Já não vai doer mais. Isso, prontinho. Agora eu vou levar essa água suja de sangue, essas faixas, tudo...
- Por que me ajudou?
- Porque você estava precisando de ajuda. Ou não estava?
- Estava, claro, mas... Somos inimigos.
- Decerto, mas isso não me impede de lhe fazer uma boa ação.
- Como não impede? Impede totalmente.
- Você está se queixando por que eu lhe ajudei ou o quê? Não está satisfeito? – irritou-se Madelon.
- Muito. Tanto que eu quero até te conhecer melhor.
- Quê?
- Como é o seu nome?
- Bem, é Madelon.
- Muito prazer, Madelon. Você é muito bonita.
- Ora, dá licença, que eu tenho mais o que fazer, viu?
E se retirou, levando toda a parafernália encontrada para ajudar o príncipe Jesse.
- Que barulho foi esse, meu Deus? Foi um tiro, mas em quem? – perguntava-se o capitão Maurice Dumont, preso em seu quarto.
Não se contendo, foi para a porta e a começou a esmurrar. – Não matem Jeanette, não matem Jeanette, não matem, me matem no lugar dela! – e, escorrendo-se na porta, se debulhou em lágrimas, sofrendo por não saber o que se passava.
Na sala de estar, o capitão Otto e Hans passavam, quando foram surpreendidos pela princesa Éden:
- Ei, espera!
- Pois não, Alteza? – disse o capitão alemão.
- Pra onde levaram a princesa Jeanette?
- Isso não é da sua conta.
- Eu sei que não é, eu só queria saber, porque...
- Por quê?
- Porque somos aliados, ora essa! Não devemos ter segredos uns com os outros.
- Engano seu, querida. Segredos com vocês não temos. E, se duvida, pergunte ao sheik. Afinal de contas, é ele quem está por trás de tudo isso – disse o capitão Otto von Lucken e se retirou com o soldado Stauber.
- Eu sabia! Só podia ser aquele miserável!
- Quem, princesa Éden, o sheik?
- Vai procurar o que fazer, Coralina, e me deixe em paz ou eu mato você! – berrou a princesa Éden e saiu também.
- Alá, esse povo tá cada dia mais estranho... – e se retirou Coralina, todos deixando o cômodo vazio.
No quarto de Frieda, Hans lhe contava a novidade.
- Então vocês raptaram a princesa Legrand?
- Vocês não, quem fez isso foi o sheik!
- Meu Deus!
- Por que o espanto?
- Como por quê? Eu até imagino por que ele deve ter feito uma coisa dessas.
- Por quê?
- Será que não é óbvio? Pra transformá-la em odalisca.
- Será?
- Eu tenho certeza, Hans. – e, como se falasse direto ao sheik Omar, disse: – Pervertido!
- Cuidado!
- Mas ele é! Aliás, vocês todos, homens, são. A cada dia que passa, percebo que nenhum presta mesmo.
- Também não é assim, tem também os que prestam.
- É, tem. E o capitão Maurice é um desses.
- O que disse?
Agora que Frieda percebeu que abriu a boca mais do que devia. E congelou, tensa.
Em Agadir chegava a princesa Jeanette trazida pelo povo alemão e alguns árabes. No palácio do Marrocos, o sheik Omar a esperava.
- E então? Como foi a viagem? – perguntou, rindo.
- Foi você! Você, canalha, foi você! – gritava, pulando do cavalo e lhe esmurrando o peito.
- Calma, calma! – e a segurou. – Quietinha aí, princesa, porque, se sua situação tá ruim, ela pode piorar ainda mais.
- Podemos voltar? – perguntou um dos soldados.
- Podem, sim. Agora, aqui, ela é só minha. Só minha – e lhe alisou os cabelos, enquanto ela virava o rosto, com medo.
- Eu não disse nada! – exclamou Frieda.
- Disse, sim – replicou Hans.
- Pois então esqueça o que eu disse. Foi um comentário infeliz.
- Muito, muito infeliz por sinal.
- Você não vai contar pro capitão Otto, não é?
- E arriscar de você tomar um tiro? Nunca!
- Oh, Hans, você é um amor de pessoa.
- O que adianta ser um amor de pessoa, quando, na verdade, eu queria era ser amado?
- Oh, Hans! Hans, não fique assim, vai! Levanta essa cabeça! Você ainda vai encontrar pra lhe fazer feliz.
- Pois eu já encontrei, Frieda, é você! Se eu não for feliz com tu, não serei com mais ninguém.
- Também não é assim, tem tanta mulher no mundo.
- Mas como você, não. Nenhuma! E eu só quero você! – disse e lhe pegou pela mão.
- Hans, você está confundindo as coisas.
- Por que não me dá uma chance, Frieda? Só uma.
- Uma chance?
- É. Eu prometo que eu vou aproveitar essa chance pra lhe fazer feliz, muito feliz.
- Não adianta, você não vai conseguir nada comigo – disse a princesa Jeanette, sentada no sofá da sala de estar no reino de Agadir.
- Não sejas assim tão teimosa, dona Jeanette Legrand! Não quer uma bebida? – ofereceu o sheik Omar. – Esse vinho é maravilhoso.
- Aceito uma água.
- Só um minuto, eu pego pra você.
- Por que tem que ser você? Por onde andam seus criados?
- Eu os dispensei todos pra ficar aqui sozinho com você.
No olhar da princesa Jeanette pânico.
AGUARDE O PRÓXIMO CAPÍTULO!

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