O SHEIK DE AGADIR
Atenção: esta é uma obra de ficção baseada na livre
criação artística e sem compromisso com a realidade.
Original de GLÓRIA MAGADAN
Adaptado pelo COMENTARISTA VIRTUAL
Contato (Só MSN): comentaristavirtual@hotmail.com
CAPÍTULO 11
- Não, o meu irmão,
não! Por favor, não! – suplicava a princesa da França.
- Não vamos fazer
nada com ele, Alteza – interveio o capitão Otto von Lucken. – A não ser que ele
não se comporte.
- Fica quieto,
Jesse! – ordenou a princesa Jeanette. – É a mim que eles querem!
- Mas, minha
irmã...
- Quieto, já disse!
Não se arrisque, irmão. Tudo isso um dia passa, eu sei que passa.
- Eu, se fosse
você, não teria tanta certeza, princesinha Jeanette – respondeu von Lucken. – É
muito difícil falar do futuro, porque a gente desconhece os desígnios do
destino.
- Mas eu tenho fé
que isso vai passar e que vocês ainda vão pagar muito caro por tudo de ruim que
estão fazendo!
- Basta! A
princesinha já disse tudo – disse e a levou, enquanto ela ainda esperneava.
- Larga a minha
irmã, seu covarde, largue minha irmã!
Hans, na frente do
príncipe, destravou a arma. Príncipe Jesse estava apreensivo. Hans acabou com o
mistério: puxou o gatilho e atirou na perna do garoto, que berrou de dor.
- Seu desgraçado!
Hans riu e saiu.
- Desgraçado, minha
perna, ai, ai!
- O que foi isso? –
perguntou a princesa Jeanette, sendo levada pelo capitão Otto.
- Nada.
- Vocês mataram meu
irmão? Hein? Vamos, fale, miserável!
- Caladinha aí,
maldita, ou mataremos tu também!
- Desgraçados,
miseráveis, mas vocês ainda vão me pagar! Vão se arrepender!
- Que bagunça é
essa aí? – perguntou Coralina, chegando na sala, acompanhada pela princesa
Éden.
- Parece que vão
sumir com a princesinha – disse a princesa Éden e gargalhou. – Eu só queria
saber em que lugar.
Hans veio descendo
a escada.
- Você matou meu
irmão? Matou, seu covarde?
- Cala a boca! –
berrou Hans. – Eu não matei ninguém, só lhe ensinei a ficar mais quieto.
- O que fizeste? –
perguntou o capitão Otto.
- Só atirei na
perna dele.
- Ah...
- Maldito, covarde,
filho do demônio, sem coração!
E, assim, entre
muitos xingamentos, a princesa foi posta num cavalo, que a aguardava na frente
do palácio.
- Fica quietinha,
princesa, senão é pior pra você – aconselhou o capitão nazista.
A princesa Jeanette
cuspiu na cara dele. Ele limpou o rosto, deu-lhe um bofetão e lhe disse:
- Faça isso de novo
e eu arranco a sua língua!
E assim a princesa
foi levada para Agadir.
- Pronto, foi feita
a vontade do sheik – riu o capitão von Lucken, acompanhado por Hans Stauber.
Enquanto se
divertiam com aquele acontecimento, Madelon, no quarto onde o príncipe Jesse
encontra-se, lhe fazia um curativo.
- Calma, calma! Já
retirei a bala.
O príncipe Jesse
suspirava.
- Eu ainda ponho um
fim naquele diabo!
- Vai, sim, mas não
agora. Você precisa se recuperar. Viu o que dá ser teimoso? Resolve nada, acaba
ferido!
- Ai! – queixou-se
o príncipe Jesse, quando ela apertou a faixa.
- Calma! Já não vai
doer mais. Isso, prontinho. Agora eu vou levar essa água suja de sangue, essas
faixas, tudo...
- Por que me
ajudou?
- Porque você
estava precisando de ajuda. Ou não estava?
- Estava, claro,
mas... Somos inimigos.
- Decerto, mas isso
não me impede de lhe fazer uma boa ação.
- Como não impede?
Impede totalmente.
- Você está se
queixando por que eu lhe ajudei ou o quê? Não está satisfeito? – irritou-se
Madelon.
- Muito. Tanto que
eu quero até te conhecer melhor.
- Quê?
- Como é o seu
nome?
- Bem, é Madelon.
- Muito prazer,
Madelon. Você é muito bonita.
- Ora, dá licença,
que eu tenho mais o que fazer, viu?
E se retirou,
levando toda a parafernália encontrada para ajudar o príncipe Jesse.
- Que barulho foi
esse, meu Deus? Foi um tiro, mas em quem? – perguntava-se o capitão Maurice
Dumont, preso em seu quarto.
Não se contendo,
foi para a porta e a começou a esmurrar. – Não matem Jeanette, não matem
Jeanette, não matem, me matem no lugar dela! – e, escorrendo-se na porta, se
debulhou em lágrimas, sofrendo por não saber o que se passava.
Na sala de estar, o
capitão Otto e Hans passavam, quando foram surpreendidos pela princesa Éden:
- Ei, espera!
- Pois não, Alteza?
– disse o capitão alemão.
- Pra onde levaram
a princesa Jeanette?
- Isso não é da sua
conta.
- Eu sei que não é,
eu só queria saber, porque...
- Por quê?
- Porque somos
aliados, ora essa! Não devemos ter segredos uns com os outros.
- Engano seu,
querida. Segredos com vocês não temos. E, se duvida, pergunte ao sheik. Afinal
de contas, é ele quem está por trás de tudo isso – disse o capitão Otto von
Lucken e se retirou com o soldado Stauber.
- Eu sabia! Só podia
ser aquele miserável!
- Quem, princesa
Éden, o sheik?
- Vai procurar o
que fazer, Coralina, e me deixe em paz ou eu mato você! – berrou a princesa
Éden e saiu também.
- Alá, esse povo tá
cada dia mais estranho... – e se retirou Coralina, todos deixando o cômodo
vazio.
No quarto de
Frieda, Hans lhe contava a novidade.
- Então vocês
raptaram a princesa Legrand?
- Vocês não, quem
fez isso foi o sheik!
- Meu Deus!
- Por que o
espanto?
- Como por quê? Eu
até imagino por que ele deve ter feito uma coisa dessas.
- Por quê?
- Será que não é
óbvio? Pra transformá-la em odalisca.
- Será?
- Eu tenho certeza,
Hans. – e, como se falasse direto ao sheik Omar, disse: – Pervertido!
- Cuidado!
- Mas ele é! Aliás,
vocês todos, homens, são. A cada dia que passa, percebo que nenhum presta
mesmo.
- Também não é
assim, tem também os que prestam.
- É, tem. E o
capitão Maurice é um desses.
- O que disse?
Agora que Frieda
percebeu que abriu a boca mais do que devia. E congelou, tensa.
Em Agadir chegava a
princesa Jeanette trazida pelo povo alemão e alguns árabes. No palácio do
Marrocos, o sheik Omar a esperava.
- E então? Como foi
a viagem? – perguntou, rindo.
- Foi você! Você,
canalha, foi você! – gritava, pulando do cavalo e lhe esmurrando o peito.
- Calma, calma! – e
a segurou. – Quietinha aí, princesa, porque, se sua situação tá ruim, ela pode
piorar ainda mais.
- Podemos voltar? –
perguntou um dos soldados.
- Podem, sim.
Agora, aqui, ela é só minha. Só minha – e lhe alisou os cabelos, enquanto ela
virava o rosto, com medo.
- Eu não disse
nada! – exclamou Frieda.
- Disse, sim –
replicou Hans.
- Pois então
esqueça o que eu disse. Foi um comentário infeliz.
- Muito, muito
infeliz por sinal.
- Você não vai
contar pro capitão Otto, não é?
- E arriscar de
você tomar um tiro? Nunca!
- Oh, Hans, você é
um amor de pessoa.
- O que adianta ser
um amor de pessoa, quando, na verdade, eu queria era ser amado?
- Oh, Hans! Hans,
não fique assim, vai! Levanta essa cabeça! Você ainda vai encontrar pra lhe
fazer feliz.
- Pois eu já
encontrei, Frieda, é você! Se eu não for feliz com tu, não serei com mais
ninguém.
- Também não é
assim, tem tanta mulher no mundo.
- Mas como você,
não. Nenhuma! E eu só quero você! – disse e lhe pegou pela mão.
- Hans, você está
confundindo as coisas.
- Por que não me dá
uma chance, Frieda? Só uma.
- Uma chance?
- É. Eu prometo que
eu vou aproveitar essa chance pra lhe fazer feliz, muito feliz.
- Não adianta, você
não vai conseguir nada comigo – disse a princesa Jeanette, sentada no sofá da
sala de estar no reino de Agadir.
- Não sejas assim
tão teimosa, dona Jeanette Legrand! Não quer uma bebida? – ofereceu o sheik
Omar. – Esse vinho é maravilhoso.
- Aceito uma água.
- Só um minuto, eu
pego pra você.
- Por que tem que
ser você? Por onde andam seus criados?
- Eu os dispensei
todos pra ficar aqui sozinho com você.
No olhar da
princesa Jeanette pânico.
AGUARDE O PRÓXIMO
CAPÍTULO!
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