domingo, 4 de novembro de 2012

Mais um capítulo de O Sheik de Agadir


O SHEIK DE AGADIR
Atenção: esta é uma obra de ficção baseada na livre criação artística e sem compromisso com a realidade.
Original de GLÓRIA MAGADAN
Adaptado pelo COMENTARISTA VIRTUAL
Contato (Só MSN): comentaristavirtual@hotmail.com
CAPÍTULO 10
Na sala de estar do palácio francês, Frieda falava com Hans.
- Que cena deplorável aquela, hein? O Zebedeu não reconhece o lugar dele. Está sempre me surpreendendo. E pra pior, hein, infelizmente.
- Se quiser, eu posso matá-lo.
- Ah, Hans, e você também. Basta de pensar em matar. Só nisso que pensa você: em derramamento de sangue? Se continuar assim, logo, logo você inicia um massacre aqui pelo deserto.
- Até que não seria má ideia – responde Hans, rindo.
- Não diga isso nem de brincadeira, Hans. Tanta gente por aí com tantos sonhos, tantos projetos de vida pela frente... Tudo pra que, hã? Pra ser interrompido por uma morte estúpida? Não, isso é uma coisa que não admito. Nem no caso do Zebedeu, veja bem, hã? Ele é um traste, me abandonou no altar, me fez sofrer muito, tudo que eu mais queria, Hans, era esquecê-lo. Mas ele era uma grande paixão e as paixões esfriam. É da natureza das paixões esfriarem.
- Nesse caso, agora que você está sozinha, sem o Zebedeu na tua cabeça, eu teria alguma chance com você?
- Hans, eu...
E a conversa foi interrompida pelo capitão Otto, que entrou chamando o soldado abaixo:
- Hans Stauber!
- Pois não, capitão Otto?
- Eu tenho uma tarefa para você.
- Sim, senhor.
- Frieda, por favor, se puder se retirar...
- Mas, capitão, há algum segredo para uns com os outros agora?
- É que é arriscado demais conversar entre traidores.
Frieda fica chocada.
- Ora, o que é isso, capitão? Que absurdo é esse que o senhor está dizendo?
- Absurdo nenhum.
- Mas o Hans não lhe disse que...
- Frieda, eu não sou tolo. Eu sei que o Hans é apaixonado por você e, em nome do amor, a gente faz tudo, até renunciar a uma guerra.
- Capitão Otto – disse Hans –, de minha parte o senhor pode ficar tranquilo, pois eu jamais cometeria tal coisa.
- Hans, não subestime o amor. Ele é mais perigoso que qualquer coisa que haja neste mundo. Ele chega de mansinho, envolve a gente e, quando percebemos, estamos amarrados num enorme romance. E, cá pra nós, Hans, todos amam, até os cães amam, por que não haveria também de os homens amarem?
- Eu não estou gostando desse assunto, capitão – falou Frieda.
- É porque é verdade, não é mesmo? Ninguém gosta de ouvir certas verdades, Frieda.
- E parece que só o senhor as têm.
- O que você quer dizer com isso? – irritava-se Otto von Lucken.
- Creio que fui bem clara, capitão.
- Não, não foi. Eu quero que seja ainda mais.
- Cuidado, Frieda! Não vai se prejudicar.
- Eu não tenho medo de nada, Hans.
- Nem da morte? – perguntou o capitão Otto.
Pausa tensa.
- Não. Nem da morte, capitão.
- E de uma boa tortura? Tens medo?
- O senhor não ousaria.
- Quem sabe? – riu o capitão Otto. – Mas não vou fazer isso com você, não. Ainda não. Mas se prepare! Qualquer ideia, qualquer fantasia mais delirante que eu tenha de que você esteja traindo nosso povo, eu mato você e ninguém não vai nem ficar sabendo.
- Eu sei. Quantas pessoas o senhor já deu fim, né?
- Isso. Agora, sim, você está se mostrando sensata. Agora vá! Tenho que ter uma conversa muito importante às sós com o Hans.
- Adeus, capitão, Hans! – despediu-se a moça em um gesto com a mão na testa.
- Adeus, Frieda! – disse Hans, repetindo esse gesto. – A gente logo se vê.
Frieda saiu e o capitão von Lucken riu daquela situação.
- Ora, Stauber, quem diria, não é mesmo? Você está apaixonado.
- De fato, capitão. Mas isso não vai me atrapalhar na guerra.
- Espero que não mesmo, Hans. Por favor, se necessário, sufoque esse sentimento.
- Acho que não será preciso, mas, caso seja, sufocarei, sim.
- Ótimo.
- Mas que tarefa o senhor tem pra mim?
- Não sou eu que tenho uma tarefa pra você. É o sheik Omar que tem uma tarefa para nós.
- E qual é ela?
Suspense. Madelon e Frieda num dos muitos quartos do palácio.
- Quer dizer então que o Hans está apaixonado por você?
- E não é só ele, não, Madelon. Outro que vive a perseguir-me é o Zebedeu.
- Hum... Pelo que vejo anda bem adiantada em amores – ria Madelon.
- Não sei por que ri. Isso não é motivo para risadas.
- Ué, e por que não?
- Por que não! Ora, Madelon, será que você não percebe que isso é muito perigoso?
- O que é perigoso, Frieda?
- Essa disputa entre Hans e Zebedeu pelo meu amor. Olha, eu não sei, tomara que não seja, mas eu acho que isso ainda vai acabar em morte.
- Cruz-credo, moça!
- É... Um é mais louco que o outro e eu estou vendo a hora em que ambos vão se matar.
- Hum... E você tá aí toda, toda, sendo disputada assim, como se sente?
- Hum, eu? Não sinto nada, o que haveria de sentir?
- Ah, não dá nem uma pontinha de orgulho?
- Só se for pras bobinhas. Eu é que não me importo com orgulho.
- Tudo bem, mas, se você não fazer nada pra impedir uma desgraça, ela vai acabar acontecendo.
- Mas o que mais eu posso fazer?
- Ah, isso eu já não sei. Tem que haver uma saída, Frieda. Só precisamos descobrir qual.
- Pois é e isso é que é o mais difícil, o mais difícil, Madelon.
- Então é isso que pretendem: raptar a princesa Jeanette?
- Exatamente. Ela vai ficar lá em Agadir.
- Mas, capitão, será? Eu não sei se a ideia é boa.
- O que foi, Hans? Está com medo?
- Medo é uma coisa que desconheço, capitão von Lucken.
- Então o que há?
- Não sei. É que eu acho muito estranho isso aí. Por que é que o sheik quer raptar a princesa Legrand? A troco do quê?
- Ah, isso é com ele e pouco nos interessa saber.
- Não sairemos prejudicados?
- Ora, e por quê?
- Eu não sei.
- Deixa de bobagem, Hans, e faça o que eu estou mandando!
- Como queira, capitão.
- Ótimo. Prepare os cavalos!
- O amor põe qualquer um de quatro, Frieda.
- É, Madelon, eu tenho que concordar com você.
- Mas o amor também é uma coisa tão boa, um sentimento tão puro, lindo! Como é bom a gente amar!
- Por que tantos suspiros, Madelon? Estás, por acaso, apaixonada?
- Sim, Frieda, eu estou amando.
- E eu posso saber quem é?
Madelon muda a expressão calma e sensível para uma assustada e cheia de preocupação.
- Não, isso nunca! Ninguém pode saber!
- Por que isso, Madelon? Estás apaixonada por alguém que não devia?
- Não, não é isso.
- O que é então? Me diga, quem sabe eu não posso ajudá-la?
- Não, Frieda, eu não posso dizer pra ninguém, porque ninguém pode me ajudar.
E sai Madelon do quarto, deixando uma Frieda a perguntar a si mesma:
- Vixe, o que deu nela?
Hans chega à sala de estar, onde está lhe esperando o capitão Otto von Lucken.
- E então?
- Pronto, capitão. Os cavalos já estão preparados.
- Que bom! Eu agora vou tratar de ter com a princesa.
Os dois riem, cheios de maldade nas entranhas.
O capitão Otto von Lucken abre a porta do quarto da princesa Legrand, que está abraçada com o príncipe Jesse. Atrás do capitão Otto está Hans.
- Venha comigo – manda o capitão Otto.
- Para onde? – ela pergunta.
- Vou levá-la ao banheiro.
- Não, mas eu tô sem vontade.
- Cala a boca e me acompanha logo! – diz o capitão e pega a princesa pelo braço.
- Ei, não! – ela se debate.
- Fica quieta! – ordena ele.
- Pra onde vão levar a minha irmã?
- Não é da sua conta.
- Por favor, me digam! – pede o príncipe Jesse outra vez.
- Pra bem longe de você e do namoradinho dela. Vamos levá-la pra Agadir, Marrocos.
Choque entre os dois irmãos.
- Não, por favor! – pedia a princesa Jeanette.
- Cale-se!
- Daqui vocês não levam minha irmã!
Hans lhe aponta uma arma.
- Tente resistir, seu idiota, e a gente leva você também, só que pra outro lugar: pro inferno.
Clima de tensão.
AGUARDE O PRÓXIMO CAPÍTULO!


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