O SHEIK DE AGADIR
Atenção: esta é uma
obra de ficção baseada na livre criação artística e sem compromisso com a
realidade.
Original de GLÓRIA
MAGADAN
Adaptado pelo
COMENTARISTA VIRTUAL
Contato (Só MSN):
comentaristavirtual@hotmail.com
CAPÍTULO 10
Na sala de estar do
palácio francês, Frieda falava com Hans.
- Que cena
deplorável aquela, hein? O Zebedeu não reconhece o lugar dele. Está sempre me
surpreendendo. E pra pior, hein, infelizmente.
- Se quiser, eu
posso matá-lo.
- Ah, Hans, e você
também. Basta de pensar em matar. Só nisso que pensa você: em derramamento de
sangue? Se continuar assim, logo, logo você inicia um massacre aqui pelo
deserto.
- Até que não seria
má ideia – responde Hans, rindo.
- Não diga isso nem
de brincadeira, Hans. Tanta gente por aí com tantos sonhos, tantos projetos de
vida pela frente... Tudo pra que, hã? Pra ser interrompido por uma morte
estúpida? Não, isso é uma coisa que não admito. Nem no caso do Zebedeu, veja
bem, hã? Ele é um traste, me abandonou no altar, me fez sofrer muito, tudo que
eu mais queria, Hans, era esquecê-lo. Mas ele era uma grande paixão e as
paixões esfriam. É da natureza das paixões esfriarem.
- Nesse caso, agora
que você está sozinha, sem o Zebedeu na tua cabeça, eu teria alguma chance com
você?
- Hans, eu...
E a conversa foi
interrompida pelo capitão Otto, que entrou chamando o soldado abaixo:
- Hans Stauber!
- Pois não, capitão
Otto?
- Eu tenho uma
tarefa para você.
- Sim, senhor.
- Frieda, por
favor, se puder se retirar...
- Mas, capitão, há
algum segredo para uns com os outros agora?
- É que é arriscado
demais conversar entre traidores.
Frieda fica
chocada.
- Ora, o que é
isso, capitão? Que absurdo é esse que o senhor está dizendo?
- Absurdo nenhum.
- Mas o Hans não
lhe disse que...
- Frieda, eu não
sou tolo. Eu sei que o Hans é apaixonado por você e, em nome do amor, a gente
faz tudo, até renunciar a uma guerra.
- Capitão Otto –
disse Hans –, de minha parte o senhor pode ficar tranquilo, pois eu jamais
cometeria tal coisa.
- Hans, não
subestime o amor. Ele é mais perigoso que qualquer coisa que haja neste mundo.
Ele chega de mansinho, envolve a gente e, quando percebemos, estamos amarrados
num enorme romance. E, cá pra nós, Hans, todos amam, até os cães amam, por que
não haveria também de os homens amarem?
- Eu não estou
gostando desse assunto, capitão – falou Frieda.
- É porque é
verdade, não é mesmo? Ninguém gosta de ouvir certas verdades, Frieda.
- E parece que só o
senhor as têm.
- O que você quer
dizer com isso? – irritava-se Otto von Lucken.
- Creio que fui bem
clara, capitão.
- Não, não foi. Eu
quero que seja ainda mais.
- Cuidado, Frieda!
Não vai se prejudicar.
- Eu não tenho medo
de nada, Hans.
- Nem da morte? –
perguntou o capitão Otto.
Pausa tensa.
- Não. Nem da
morte, capitão.
- E de uma boa
tortura? Tens medo?
- O senhor não
ousaria.
- Quem sabe? – riu
o capitão Otto. – Mas não vou fazer isso com você, não. Ainda não. Mas se
prepare! Qualquer ideia, qualquer fantasia mais delirante que eu tenha de que
você esteja traindo nosso povo, eu mato você e ninguém não vai nem ficar
sabendo.
- Eu sei. Quantas
pessoas o senhor já deu fim, né?
- Isso. Agora, sim,
você está se mostrando sensata. Agora vá! Tenho que ter uma conversa muito
importante às sós com o Hans.
- Adeus, capitão,
Hans! – despediu-se a moça em um gesto com a mão na testa.
- Adeus, Frieda! –
disse Hans, repetindo esse gesto. – A gente logo se vê.
Frieda saiu e o
capitão von Lucken riu daquela situação.
- Ora, Stauber,
quem diria, não é mesmo? Você está apaixonado.
- De fato, capitão.
Mas isso não vai me atrapalhar na guerra.
- Espero que não
mesmo, Hans. Por favor, se necessário, sufoque esse sentimento.
- Acho que não será
preciso, mas, caso seja, sufocarei, sim.
- Ótimo.
- Mas que tarefa o
senhor tem pra mim?
- Não sou eu que
tenho uma tarefa pra você. É o sheik Omar que tem uma tarefa para nós.
- E qual é ela?
Suspense. Madelon e
Frieda num dos muitos quartos do palácio.
- Quer dizer então
que o Hans está apaixonado por você?
- E não é só ele,
não, Madelon. Outro que vive a perseguir-me é o Zebedeu.
- Hum... Pelo que
vejo anda bem adiantada em amores – ria Madelon.
- Não sei por que
ri. Isso não é motivo para risadas.
- Ué, e por que
não?
- Por que não! Ora,
Madelon, será que você não percebe que isso é muito perigoso?
- O que é perigoso,
Frieda?
- Essa disputa
entre Hans e Zebedeu pelo meu amor. Olha, eu não sei, tomara que não seja, mas
eu acho que isso ainda vai acabar em morte.
- Cruz-credo, moça!
- É... Um é mais
louco que o outro e eu estou vendo a hora em que ambos vão se matar.
- Hum... E você tá
aí toda, toda, sendo disputada assim, como se sente?
- Hum, eu? Não
sinto nada, o que haveria de sentir?
- Ah, não dá nem
uma pontinha de orgulho?
- Só se for pras
bobinhas. Eu é que não me importo com orgulho.
- Tudo bem, mas, se
você não fazer nada pra impedir uma desgraça, ela vai acabar acontecendo.
- Mas o que mais eu
posso fazer?
- Ah, isso eu já
não sei. Tem que haver uma saída, Frieda. Só precisamos descobrir qual.
- Pois é e isso é
que é o mais difícil, o mais difícil, Madelon.
- Então é isso que
pretendem: raptar a princesa Jeanette?
- Exatamente. Ela
vai ficar lá em Agadir.
- Mas, capitão,
será? Eu não sei se a ideia é boa.
- O que foi, Hans?
Está com medo?
- Medo é uma coisa
que desconheço, capitão von Lucken.
- Então o que há?
- Não sei. É que eu
acho muito estranho isso aí. Por que é que o sheik quer raptar a princesa
Legrand? A troco do quê?
- Ah, isso é com
ele e pouco nos interessa saber.
- Não sairemos
prejudicados?
- Ora, e por quê?
- Eu não sei.
- Deixa de bobagem,
Hans, e faça o que eu estou mandando!
- Como queira,
capitão.
- Ótimo. Prepare os
cavalos!
- O amor põe
qualquer um de quatro, Frieda.
- É, Madelon, eu
tenho que concordar com você.
- Mas o amor também
é uma coisa tão boa, um sentimento tão puro, lindo! Como é bom a gente amar!
- Por que tantos
suspiros, Madelon? Estás, por acaso, apaixonada?
- Sim, Frieda, eu
estou amando.
- E eu posso saber
quem é?
Madelon muda a
expressão calma e sensível para uma assustada e cheia de preocupação.
- Não, isso nunca!
Ninguém pode saber!
- Por que isso,
Madelon? Estás apaixonada por alguém que não devia?
- Não, não é isso.
- O que é então? Me
diga, quem sabe eu não posso ajudá-la?
- Não, Frieda, eu
não posso dizer pra ninguém, porque ninguém pode me ajudar.
E sai Madelon do
quarto, deixando uma Frieda a perguntar a si mesma:
- Vixe, o que deu
nela?
Hans chega à sala
de estar, onde está lhe esperando o capitão Otto von Lucken.
- E então?
- Pronto, capitão.
Os cavalos já estão preparados.
- Que bom! Eu agora
vou tratar de ter com a princesa.
Os dois riem,
cheios de maldade nas entranhas.
O capitão Otto von
Lucken abre a porta do quarto da princesa Legrand, que está abraçada com o
príncipe Jesse. Atrás do capitão Otto está Hans.
- Venha comigo –
manda o capitão Otto.
- Para onde? – ela
pergunta.
- Vou levá-la ao
banheiro.
- Não, mas eu tô
sem vontade.
- Cala a boca e me
acompanha logo! – diz o capitão e pega a princesa pelo braço.
- Ei, não! – ela se
debate.
- Fica quieta! –
ordena ele.
- Pra onde vão levar
a minha irmã?
- Não é da sua
conta.
- Por favor, me
digam! – pede o príncipe Jesse outra vez.
- Pra bem longe de
você e do namoradinho dela. Vamos levá-la pra Agadir, Marrocos.
Choque entre os
dois irmãos.
- Não, por favor! –
pedia a princesa Jeanette.
- Cale-se!
- Daqui vocês não
levam minha irmã!
Hans lhe aponta uma
arma.
- Tente resistir,
seu idiota, e a gente leva você também, só que pra outro lugar: pro inferno.
Clima de tensão.
AGUARDE O PRÓXIMO
CAPÍTULO!
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