O SHEIK DE AGADIR
Atenção: esta é uma obra de ficção
baseada na livre criação artística e sem compromisso com a realidade.
Original de GLÓRIA MAGADAN
Adaptado pelo COMENTARISTA
VIRTUAL
Contato (Só MSN):
comentaristavirtual@hotmail.com
CAPÍTULO 19
- Vamos, Jesse, mexa-se! Acaso não és homem?
– perguntou Madelon no quarto com o rapaz, notando que ele não estava no mesmo
pique que o dela.
- Sou homem, sim, Madelon, mas...
- O que foi, Jesse?
O príncipe Jesse largou Madelon e saiu
andando pelo quarto.
- Jesse, você tá bem? – inquiriu ela.
- Eu tô. Tô muito bem, Madelon.
- Mas o que há? Alguma coisa está
acontecendo, afinal de contas, você mesmo me queria. Ou não queria?
- Queria, claro! Ainda te quero.
- Então? Vamos, aproveite!
- Não, Madelon, isso não tá certo.
- Não tá certo? O que não tá certo, Jesse? –
perguntou Madelon.
- A gente ficar junto – respondeu o príncipe
francês.
- E por que não? Você mesmo ficou uma arara,
quando eu havia dito isso pra você. O que há agora? É uma espécie de vingança?
- Não.
- Está se fazendo de difícil?
- Madelon, não. Não seja ridícula!
- Ridículo está sendo é você! Príncipe Jesse,
eu não consigo te compreender.
- Você quer transar comigo, Madelon?
- Quero. Isso é o que eu mais quero, Jesse!
- Mas eu não quero. Eu não quero fazer sexo
com você, Madelon. Me desculpa!
- Você não devia dizer isso – disse o capitão
francês.
- Ah, não? E por quê? – perguntou Romênia.
- Porque esse filho eu fiz com você, antes de
me apaixonar por Jeanette.
- Tá, e o que eu e o bebê temos com isso?
- Na realidade, nada.
- Pois é.
- Mas, Romênia, você precisa me entender!
- Eu não tenho e nem vou entender coisa
alguma! – impacientou-se a mulher. – Eu não nasci pra criar filho sozinha,
Maurice.
- Eu sei e você está certíssima. Eu não vou
deixar você criar um filho meu sozinha, não.
- Então o que quer?
- Eu só quero que mantenha isso entre nós.
- Então vai ficar querendo, porque isso eu
não vou fazer, não.
- Parece que você não quer só esse filho.
Parece que você me quer também.
- Pois quer saber? É isso que eu quero mesmo:
eu quero você, Maurice. E eu não vou deixar você ficar com a princesa Jeanette
de jeito nenhum. Nem que eu tenha que te matar, mas com ela você não fica!
- Ah, mas vou! Vou e você vai ver! Eu não vou
me submeter às suas ameaças.
- Você quem sabe. Mas saiba também que minhas
ameaças vão ser cumpridas.
- Dane-se! Adeus! – disse Maurice, subindo no
cavalo.
- Maurice, volta aqui! Você não vai sair
daqui!
- Tchau! – disse, sumindo Maurice.
- Maurice, Maurice Dumont, volte aqui, seu desgraçado!
Maurice!
Em vão. O capitão Maurice Dumont sumia no
deserto.
- Se você acha que vai sumir da minha vida de
novo, está enganado, Maurice. Eu não vou deixar. Nunca mais! – disse e começou
a andar, acariciando a barriga enorme. – Você vai ter um pai, meu filho. Nem
que seja morto!
- Podem me explicar o que é isso? – perguntou
novamente o capitão Otto.
- Um beijo – respondeu Frieda.
- Ah, então é isso? – disse o capitão Otto
von Lucken, aproximando. – Pois bem.
O capitão nazista deu um tapa na cara de Frieda.
- Ai! – gritou ela.
Hans se movimentou e amparou-a.
- Agora eu quero que você me diga o que é
isso que eu acabei de lhe dar – disse o capitão von Lucken.
- Eu vou embora daqui! – respondeu Frieda. –
Eu vou voltar pra Alemanha, eu vou voltar pra minha casa!
- Ah, não vai mesmo! – replicou o capitão
Otto. – Daqui você sai só morta!
- O que é isso, capitão? O que aconteceu com
o senhor? – perguntou Hans, aflito.
- Eu é que quero saber o que aconteceu com
vocês. Vocês sempre foram meus melhores soldados, junto com Madelon e Zebedeu,
mas, ultimamente, só estão a dar-me desgostos! O que é? Acham que isso é uma
aventura para escoteiros? Pensam que estão numa excursão de escola? Isso é a
guerra, minha gente! E a guerra não se larga assim. Não se pode, não se deve
abandonar o seu país!
- Concordo, comandante – respondeu Hans.
- Concorda? Não parece – respondeu o chefão,
exaltado. – Olha, Hans, eu lamento, mas vão ter que terminar esse romance.
- Não tem romance nenhum, capitão. Eu que a
beijei, foi um beijo apenas.
- Um beijo apenas?
- Sim, capitão – respondeu o soldado Stauber.
- Não me diga! E veja se isso é lugar e
momento para beijos e cenas de amor!
- Não é, capitão.
- Claro que não! Vocês são uns incompetentes,
uma raça imunda mesmo! Creio que precisarei dar cabo da vida de vocês.
- Não é necessário, capitão. A gente vai
parar.
- Não deviam nem ter começado.
- Capitão...
- Cale-se, Hans! Pare de me responder!
- Sim, senhor – disse ele.
- Seus argumentos, sua voz me ofende, me
irrita. Chega, basta! Eu não quero, eu não admito cenas melodramáticas sob
minhas vistas, ainda mais quando um prisioneiro nosso fugiu e vocês deviam ter
feito alguma coisa. Mas o que fizeram? Nada! N-A-D-A! Nada. Vocês são um nada
mesmo, um monte de merda, um coisa nenhuma que chega a lugar nenhum! Ouçam bem:
eu não quero que isso volte a se repetir, porque, se isso acontecer outra vez,
eu vou arrancar os lábios de cada um dos dois e vou dar de comida aos cavalos,
hum? Entenderam? Essa é a hora de você falar, Stauber!
- Entendi, sim, senhor! – respondeu ele,
amedrontado.
- Ótimo. E você, Frieda?
Frieda continuava quieta.
- Vais me responder ou não vai?
- Frieda, o capitão está falando com você –
disse Hans.
- Então ficou surda? Então eu vou ensinar ela
a ouvir – disse o capitão Otto e a levou pelos cabelos, em meio aos debates
dela e de Hans, que tentava argumentar.
- Sem choro e sem conversa! – ordenou o
capitão nazista aos dois soldados e levou Frieda dali.
- Jesse, você tem certeza do que tá dizendo?
– falou-lhe Madelon.
- Eu tenho.
- Certeza mesmo? Pense bem. Você está me
irritando!
- Irritando por quê?
- Como por quê? Então você chega pra mim, diz
que quer me beijar, quer me possuir, agora, quando eu, finalmente, quero é você
quem não quer. Acha que eu sou fácil demais, é?
- Não é isso, Madelon. O problema não é com
você.
- Claro que não é! O problema é com você
mesmo. Você que tá bancando o grande babaca dessa história!
- Ei, calma!
- Como posso me acalmar, Jesse? Achei que
você estava com um fogo igual ao meu. Mas vejo que esse fogo não dá pra
apagarmos juntos.
- Madelon, eu...
- Você o que, Jesse? O que tem você? Você tem
algum problema?
- Problema?
- É. Problema no pênis.
- Não. Que ideia, Madelon!
- Você tem alguma doença?
- Não. Madelon!
- Ué, Jesse! Eu tenho que perguntar, como
posso saber? Ué!
- Madelon, eu acho que eu não tô no meu
momento.
- Ah, não?
- Não.
- Mas você disse que tava, homem de Deus!
- Mas eu estava enganado, Madelon.
- Você não se interessa por mulheres, Jesse?
- Madelon, o que é isso? Você está me achando
com cara de quê?
- Vai saber, né? Porque você tá muito esquisito,
garoto! Olha a chance que você tá tendo! Muitos trocariam de lugar com você só
pra ficar comigo!
- Quanta modéstia!
- Mas não é? Eu não sou bonita de cara e de
corpo?
- Sem dúvida!
- Então, Jesse?
- Não é dessa vez, Madelon. Na próxima, a
gente fica junto e faz tudo.
- Eu não acredito que você esteja me
dispensando.
- Mas eu não tô! Eu tô é dando um tempo, só
isso. Eu preciso de um tempo.
- Ah, eu acho que você precisa é se matar,
viu? Se matar de vergonha, porque eu não te entendo.
- Madelon...
- Ah, e eu também vou-me embora. Nada mais
tenho para fazer aqui.
- Madelon, espera!
- Pra quê? Vai me dar o que eu tô querendo?
- Não.
- Então adeus, Jesse!
- Madelon!
Tarde demais. Madelon fechou a porta e deixou
o príncipe Jesse ali, confuso em seus pensamentos.
Madelon passou pelo corredor, quando viu o
capitão Otto fechando uma porta à chave. A porta era esmurrada por alguém que
dizia o seguinte:
- Não, capitão Otto, não faça isso!
- Cale-se! – respondeu ele.
- Não é a voz de Frieda? – perguntou Madelon.
- É ela mesmo – respondeu o capitão Otto,
secamente.
- Mas o que ela tá fazendo aí?
- Está aí pra refletir sobre a sua conduta
por um superior.
Hans estava com os olhos marejados de
lágrimas.
- E ouçam bem vocês dois! – disse o capitão
para Hans e Madelon. – Se agirem do mesmo modo que o dela, também vão se
arrepender! – disse o capitão nazista e se retirou.
- O que é que ele quis dizer com isso? –
perguntou Madelon.
- Nada, não, Madelon – respondeu o soldado.
- Como não? Alguma coisa está acontecendo e
eu quero saber imediatamente o que é! – disse Madelon.
AGUARDE O PRÓXIMO CAPÍTULO!
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