sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Capítulo decisivo de O Sheik de Agadir


O SHEIK DE AGADIR
Atenção: esta é uma obra de ficção baseada na livre criação artística e sem compromisso com a realidade.
Original de GLÓRIA MAGADAN
Adaptado pelo COMENTARISTA VIRTUAL
Contato (Só MSN): comentaristavirtual@hotmail.com
CAPÍTULO 14
- Continuo sem entender-te, Frieda. O que você pretende? – perguntou-a o capitão Maurice.
- Podemos ter a fantasia como companheira, mas como guia a razão, capitão Dumont. Entenda isso de uma vez por todas!
- Está bem, eu não vou fazer nada por enquanto. Você pode ficar tranquila.
- Isso. Assim que eu quero ver.
- Vai ser muito difícil, mas irei me conter.
- Isso, capitão. Seja forte, você vai conseguir!
No quarto onde o príncipe Jesse estava prisioneiro, Madelon o pergunta:
- Precisa de alguma coisa?
- Sim.
- Diga, que eu providenciarei.
- Não tem necessidade. O que eu preciso está bem na minha frente: você.
Choque de Madelon.
A princesa Éden e Coralina chegavam, finalmente, ao palácio de Agadir. Enquanto isso, bem na sala de estar, o sheik Omar Ben Nazir ainda estava com a princesa Jeanette Legrand. Enquanto a princesa bebericava o vinho dado, ele fumava um charuto.
- Posso ser bom pra tu, princesa Jeanette, ou posso ser muito mau. É tu quem escolhes.
- Eu?
- Você.
- Então seja bonzinho comigo e me deixe livre!
- Isso não! Você jamais sairá daqui! Você agora é minha!
- Ah, é, é? Então ela é sua? – perguntou a princesa Éden, que acabara de chegar.
Coralina se assustou:
- Por Alá, eu já vi tudo!
- O que é que vocês estão fazendo aqui? – perguntou o sheik Omar.
- Moramos aqui – respondeu a princesa Éden. – Mas agora sou eu é quem quero saber: o que é que essa princesinha está fazendo aqui?
- Ele que me trouxe – respondeu rapidamente a princesa Jeanette. – Quer me fazer prisioneira.
- Eu quero e vou – respondeu ele.
- Isso é o que você pensa – respondeu a princesa Éden de Bassora. – Antes eu mato você.
- O que é isso que você está dizendo? – quis saber Madelon.
- Será que você ainda não compreendeu? Eu gosto muito de você.
- Príncipe Jesse, o que é isso? Você mal me conhece.
- Mas eu posso lhe conhecer melhor, basta que você deixe – respondeu o príncipe francês.
- Que nada, você é uma criança ainda.
- Então faça de mim um homem! – respondeu ele e lhe beijou. Ela nada fez pra impedir e se entregou àquele beijo sincero do príncipe adolescente.
Zebedeu pôs a mão no nariz, que insistia em esguichar sangue.
- Viu? Não sou tão fraco como pensas tu – respondeu Hans Stauber.
- Ah, Stauber, eu vou te matar!
E avançou sobre ele. Os dois rolaram pelo chão, distribuindo um ao outro socos e chutes. A briga ia cada vez mais animada, quando o capitão Otto von Lucken, que passava por ali, viu tudo e perguntou:
- Mas o que significa essa cena?
Os dois, mais do que depressa, pararam de brigar.
- Você, por acaso, enlouqueceu? – perguntou o sheik Omar.
- Enlouqueci. Enlouqueci, sim. Pra mim você não pode dar amor, mas pra essa leviana pode, não é?
Coralina se assutou.
- Então agora eu entendi tudo – replicou ela. – É dele de quem Vossa Alteza falava. Estás apaixonada pelo sheik!
A princesa Jeanette se assustou também.
- Estava? – ela perguntou.
- E daí se estava ou deixei de estar? O sheik é meu e nele ninguém tasca.
- Seu uma ova! – respondeu o sheik Omar. – Eu sou de Jeanette.
- E eu sou de Maurice, meu noivo me espera.
O sheik Omar lhe deu um tapa na cara.
- Cale-se! – ordenou. – Chega de falar nesse canalha!
- Canalha é você!
O sheik Omar lhe deu outro tabefe.
- Posso surrar você o dia todo, eu não me incomodo.
- Covarde, patife! Ainda terá o que merece! – berrava a princesa Legrand.
- Calada, já disse! – e levantou a mão.
- Já chega! – ordenou a princesa Éden. – Se você encostar a mão nessa cretina, eu lhe arranco o coração – disse e lhe apresentou um punhal.
- Eu não quero que isso repita! – berrou o capitão von Lucken.
- Foi ele, capitão! Ele quem começou a briga – respondeu Stauber.
- Eu não, ele é que vive a... – defendeu-se Zebedeu.
- Eu não quero saber quem começou ou quem deixou de começar nada. Eu só não quero que isso aconteça outra vez.
- Não vai se repetir, capitão – responderam em coro.
- E levantem-se daí! Parecem dois porcos rolando no chiqueiro e não dois soldados!
Os dois levantam-se em posição respeitosa.
- Pelo amor de Deus, assemelham-se a duas crianças encrenqueiras! E tudo por causa de Frieda, eu aposto!
- Dessa vez não foi, capitão – disse Hans. – Dessa vez foi porque ele me provocou mesmo.
- Ah, e você fala como se fosse um santinho, né? – replicou Zebedeu.
- Mas dessa vez eu estava quieto!
- Basta! – disse o capitão a uma só voz. – Se isso se repetir, vocês não vão brigar sozinhos, mas comigo também! – disse o capitão, se retirando, no momento em que dizia a si mesmo: – Já não se fazem mais soldados como antigamente.
O capitão Maurice Dumont adiantou-se a olhar pra todos os lados. Correu para o muro dos fundos. Portava ele uma espada. Viu que não havia perigo e o escalou, fugindo do palácio da França.
- Sossegue, amada Jeanette, eu a resgatarei! – jurou a si mesmo e sumiu do mapa.
Frieda chegou lá fora e viu Hans e Zebedeu sujos.
- O que aconteceu? Apareceu um furacão por aqui? – zombou ela. – Não, deixe-me adivinhar! Vocês brigaram, não foi? Oh, nem és necessário ser vidente para saber que de fato vocês andaram se estapeando. E eu quero é saber por que.
- Não comece, Frieda! – disse Zebedeu.
- Olha só, os dois feridos... Deixe-me ver essa boca, Hans. Sangrando, olha aí! E esse nariz, Zebedeu? Sangrando também!
- Ah, me deixa! – disse Zebedeu e saiu, completamente nervoso.
- O que deu nele, hã?
- Esqueça-o, Frieda! Se ele quiser ir, que vá! É até bom que eu fico aqui sozinho com você.
Clima entre os dois.
Madelon se livrou do beijo do príncipe Jesse.
- Solta-me!
- Por quê? – perguntou ele.
- Isso não pode acontecer, não tá certo! – ela disse.
- Por que não? Que mal tem um beijinho?
- E depois, o que vem depois?
- Depois vem o que você quiser.
- Pare de graça, príncipe Jesse! Não está na idade de fazer o que está pensando.
- Engana-se, Madelon! Amor não tem idade. Quando menos esperamos, ele bate à nossa porta.
- Hum... Falando essas coisas, até parece que tem alguma experiência na vida.
- Você também é nova demais para me criticar.
- Mas já sou adulta e tu és apenas um adolescente sem juízo.
- Juízo eu tenho, eu só não uso.
- Bem se vê. Ainda morre por loucuras!
- A vida é uma aventura alucinante da qual jamais sairemos vivos, Madelon. Não me importo em morrer. Todos se vão desta vida para uma outra mesmo, é natural.
- Príncipe Jesse, você é novo demais para morrer.
- Mas, caso aconteça, eu não estarei arrependido, pois vivo a minha vida intensamente. Assim sendo, quero viver junto com você, inclusive após a morte.
- Não me olhe assim!
- Madelon, me dá uma chance, por favor! Não sou digno do vosso amor?
- Ah, isso é difícil de dizer. O que é o amor, príncipe Jesse?
- É quando a gente só pensa na pessoa, vê ela em tudo quanto é lugar, queremos tocar, abraçar, estar perto. É sentir o coração bater mais forte, sentir seu perfume, mesmo quando não se está perto, é ter um beijo apaixonado, isso é o amor...
- Andas tu lendo jornais?
- Não, por quê?
- Porque és um poeta.
- O amor é poético, não?
- Eu nunca ouvi uma coisa tão linda na vida. Isso é poema, príncipe Jesse! Isso é lindo, isso é poema!
- Isso, Madelon, é o amor.
E beijou novamente Madelon, que se entregou a ele novamente.
- Se é amor eu não sei – disse ela –, mas que tá gostoso tá!
- Largue isso! – governou o sheik.
- Eu não vou largar! – disse a princesa Éden.
- Éden, Éden, eu posso perder a cabeça!
- Quem vai perder sou eu, se não a esquecer.
- Isso nunca!
- Já chega! – rebateu a princesa Jeanette e subiu a escada. O sheik Omar foi atrás.
- Pare, sheik! – a princesa Éden correu também.
- Por Alá! – Coralina ficava sem saber o que fazer.
A princesa Jeanette Legrand escondeu-se num quarto e o trancou. O sheik Ben Nazir bateu à porta.
- Abra já essa porta!
- Não! – respondeu de lá.
- Eu vou contar até três!
- Por mim... Eu não vou abrir! – desafiou Jeanette.
- Saia daí, sheik! – ordenou a princesa Éden, chegando.
- Saia você!
- Você escolheu.
A princesa Éden foi dar-lhe uma punhalada, quando este a segurou e os dois se desequilibraram e caíram da escada. Detalhe: um rolou pela escada sobre o corpo do outro. O sheik se levantou, ao contrário da princesa Éden, que continuou ali, deitada, de olhos fechados. A princesa Jeanette Legrand saiu do quarto. Coralina adiantou-se:
- Alá nos proteja! – disse examinando. – A princesa Éden está morta!
Susto de todos.
AGUARDE O PRÓXIMO CAPÍTULO!

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