terça-feira, 20 de novembro de 2012

Capítulo 21 de O SHEIK DE AGADIR


O SHEIK DE AGADIR
Atenção: esta é uma obra de ficção baseada na livre criação artística e sem compromisso com a realidade.
Original de GLÓRIA MAGADAN
Adaptado pelo COMENTARISTA VIRTUAL
Contato (Só MSN): comentaristavirtual@hotmail.com
CAPÍTULO 21
O capitão francês encontrou a ex-namorada, caminhando no deserto.
- Romênia!
- Ué, já voltou?
- Graças a Deus te encontrei!
- Estou do mesmo jeito como você me deixou.
- Eu... Romênia, eu...
- Você não ia ver a princesa Jeanette? Então vai, Maurice! O que está esperando? Vai resgatar a sua princesinha, vai logo!
- Não, Romênia! Eu... Voltei pra você.
Na França, Madelon batia no quarto de Zebedeu, no palácio.
- Zebedeu! Zebedeu, abra essa porta, vamos!
- O que é, Madelon? Será possível que não se pode ter um minuto de sossego por aqui? – disse o soldado, enquanto abria a porta.
Madelon já entrou dizendo:
- Pois eu duvido que você sossegue depois de saber o que houve.
Tensão.
- O quê? – perguntou ele, depois de ouvir toda a história.
- Isso mesmo, Zebedeu. O capitão Otto trancou a Frieda num dos quartos. Ela está prisioneira, Zebedeu, vê se pode!
- É claro que não pode.
- Eu bem que tentei falar com o capitão, mas ele estava irredutível, Zebedeu. Disse que não admitia que soldado nenhum o desrespeitasse, fosse o que fosse, homem ou mulher.
- Mas que absurdo gigante! E logo a Frieda, sempre obediente, educada!
- Pois é – respondeu Madelon.
- Não, mas eu tô achando essa história muito esquisita, viu, Madelon? O capitão von Lucken não é disso.
- Você, porque não sabe.
- Não sei mesmo. Mas eu quero saber o motivo da Frieda estar lá. Alguma coisa ela andou aprontando.
- Mas até tu, Zebedeu?
- Ora, Madelon, sejamos francos! Ela não é uma criancinha pra ter que ser defendida. Alguma coisa grave ela cometeu. Tá certo que o capitão é por vezes irascível, mas não ao ponto de ter que castigar a própria equipe injustamente.
- O que ela fez ou deixou de fazer não vem em conta, Zebedeu. Você precisa fazer alguma coisa!
- Pois eu vou fazer só depois que você me contar, o que você ainda não fez. Eu sinto que você está me escondendo algo. E, a julgar pela sua cara, minha querida, a Frieda fez o que não devia. Vamos, conte! O que de tão grave fez Frieda?
- Sente-se, Zebedeu! Senta pra não cair!
- É tão grave assim?
- Pra você, sim.
- Bom, então... – sentou-se ele. – Diga!
Madelon ficou indecisa, mas logo despejou:
- O Hans beijou a Frieda!
- O quê? – assustou-se o soldado. – Então foi por isso que ela tá trancada?
- Exatamente. O capitão viu e não gostou.
- Mas é claro que não! Nem eu gostei.
- Mas, Zebedeu...
- Mas nada, Madelon. Quem procura o que não deve encontra o que não quer. Bem-feito pra ela!
- Bem-feito?
- É. Bem-feito, bem-feitíssimo! Quem sabe assim ela não aprende?
- Mas, Zebedeu, você não vai fazer nada?
- Eu? Não movo uma palha.
- Que vergonha, que perdição, meu Deus! Eu sabia que você não valia nada, canalha! – disse Madelon e lhe esmurrou o peito.
- Alto lá! – ordenou o homem, segurando a mulher. – Se ela se prejudicou por causa do Hans, ele é quem deve ajudá-la a sair dessa situação, não acha?
- O Hans?
- Exatamente. O Hans Stauber.
- O Hans... Grande homem! – disse, irônica. – Nada quis fazer.
- Tá aí, viu o que é que adiantou a Frieda tanto se arriscar por ele? O covarde provou que não é homem.
- E você também!
- Eu?
- Sim, tu! Estás provando que não és digno da confiança de Frieda.
- E ela foi digna da minha? Vamos lá, agora me diga, Madelon! A Frieda, por acaso, é santa, é perfeita, imaculada? Não. Tanto não é que foi punida.
- Punida injustamente!
- Que injustamente! O capitão Otto tá mais do que certo mesmo. E mais: fosse eu, ela estaria era fuzilada.
- Zebedeu! – assustou-se Madelon.
- É, fuzilada. Os dois, aliás. Para aprenderem que não se devem portar de maneira incompatível com a guerra.
- E depois você, cara-de-pau como só, ainda diz que a ama? Muito se vê.
- Mas eu a amo, sim. Não vê que estou até com ciúmes?
- Ah, sim. Vejo que você quer é a crucificação de Frieda. Grande amor tu tens por ela!
- Pois tenho mesmo, tá bom? Eu a amo.
- Ah, ama... Dá até pra imaginar!
- É do meu jeito, mas a amo.
- Então, se a ama como diz, ajude-a e ela saberá reconhecer. Que mulher não adoraria receber tal prova de amor?
- Ah, Madelon, não sei.
- Prove, Zebedeu, prove seu amor a ela! Ajude-a, por favor! – desesperava-se a soldada.
 - Você... Voltar pra mim? – perguntou Romênia. – Ah, tá, vou fingir que acredito!
- Pois pode acreditar, Romênia – respondeu o capitão Maurice. – Você está certa. Esse bebê precisa de um pai. E um pai ele terá.
- Que bom que mudou de ideia!
- Mudei tanto que até já vou começar a agir. Deixe-me ajudá-la!
O capitão Maurice Dumont desceu do cavalo.
- Ei, o que é que você pretende, Maurice?
- Vou levá-la até uma estalagem mais próxima. Vamos ficar um pouco por lá. Venha, suba, eu a ajudo!
E assim o capitão Maurice Dumont ajudou Romênia a subir no cavalo e depois subiu também.
- Ótimo! A partir de agora, tudo dará certo, Romênia! – disse o capitão.
- Deus te ouça, Maurice! Deus te ouça! – respondeu.
E os dois saíram pelo deserto a bordo do cavalo.
Anoitece. Mas logo o sol rouba a cena com seu lindo amanhecer.
- Eu trouxe essa cadeira – disse o médico.
- Uma cadeira de rodas? – perguntou a princesa Éden.
O cenário era o quarto da princesa Éden de Bassora no palácio de Agadir.
- Exatamente. Isso vai auxiliar bastante durante sua recuperação.
- Espero que eu não seja mesmo um caso perdido, doutor.
- Por Alá, Éden! – repreendeu-a o sheik Omar.
- É, é verdade, sheik. Não é você quem está precisando disso.
- Ora, Alteza, não é hora para lamentos – disse o médico. – Deixe, que eu e o sheik a ajudemos a se sentar na cadeira, sim? Sheik, por favor!
- Claro, doutor – disse o sheik.
Com a ajuda de ambos, a princesa árabe foi posta na cadeira.
- E então? – perguntou Coralina. – Confortável?
- Melhor que a barriga da sua mãe, sua ordinária – respondeu a princesa.
- Por Alá, Alteza, só estou pensando no seu bem! – replicou a criada.
- Sei. Meu bem. Meu bem mal, né? Imagino que você só pense na minha morte.
- Por Alá, isso jamais!
- Ora, não seja falsa comigo, não, Coralina, que eu já te conheço!
O sheik Omar Ben Nazir tomou a palavra:
- Princesa Éden, não seja tão dura com Coralina! Ela só quer ajudar!
- Já ajuda quem não atrapalha – respondeu a princesinha.
- Bom, vamos ao primeiro teste? – retomou o médico a palavra.
- Tá, e o que vai ser? – perguntou a princesa Éden.
- Tente andar nessa cadeira. Vai ter que aprender, pois agora você vai precisar dela a todo instante.
- Não precisa me lembrar, doutor.
- Alteza, o que é isso? Não se sinta ofendida!
- Como não posso me sentir? Parece até que vocês todos estão se divertindo da situação!
- Até eu, Alteza? – perguntou Coralina.
- Você ainda mais. A criadagem é sempre traiçoeira. Tem inveja por não ocupar o poder.
- Que é isso, Alteza?
- Basta, Coralina, que já me cansei de ouvir tua voz!
- É a única que tenho.
- E não me responda, maldita!
- Já chega, Éden! Você está indo longe demais! – irritou-se o sheik árabe.
- Não com essa cadeira – respondeu a princesa Éden.
- Escuta aqui, doutor, o que você precisar, pode mandar me chamar. Vou estar no meu quarto, sossegado, pois, perto dessa mulher aí, isso é impossível – disse o sheik e fez menção de sair.
- Espera, sheik! – ordenou a princesa Éden. – Não vá!
O sheik parou junto à porta.
- Eu vou. Antes que eu cometa uma besteira – disse ele e saiu.
- Maldito! – bateu a mão na cadeira de rodas a princesa Éden.
- Vamos começar os testes? – pergunta o médico.
- Ah, amanhã!
- Mas, Alteza, quanto mais rápido os exames, mais cedo os resultados!
- Você é surdo ou o quê? Tem problema de saúde, problema de audição, e ainda se considera médico? Que patético! Vá lavar esses ouvidos!
- Alteza, eu...
- Saia já daqui! – e arrematou, tranquilamente: – Quando eu quiser você, eu o chamarei. Agora não seja inconveniente e não entre aqui sem ser convidado.
- Mas, Alteza, eu vim para cuidar da senhora!
- Não preciso dos teus cuidados. Há vários médicos em Agadir. E, sejamos razoáveis, querido, você não é o melhor.
- Princesa Éden, a senhora está me ofendendo!
- Ah, estou?
- Está.
- E o que você vai fazer?
- Eu? Nada.
- Claro que não. Sabe por quê? Porque eu sou a princesa desse reino todinho e você é... Hahahahahahahahaha! – riu, compulsivamente, a princesa Éden. E já séria: – Quem é você?
No olhar do médico, a vergonha da humilhação.
AGUARDE O PRÓXIMO CAPÍTULO!







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