O SHEIK DE AGADIR
Atenção: esta é uma obra de ficção
baseada na livre criação artística e sem compromisso com a realidade.
Original de GLÓRIA MAGADAN
Adaptado pelo COMENTARISTA
VIRTUAL
Contato (Só MSN):
comentaristavirtual@hotmail.com
CAPÍTULO 15
- Não tente nada, Hans – disse Frieda a Hans, ambos
ainda no estábulo.
- Por que não?
- Porque eu não quero, oras!
- Frieda...
- Venha! Deixe-me tratar desse teu machucado.
E o levou para dentro.
Madelon saiu do beijo dado pelo príncipe Jesse.
- Não, já chega!
- Não gostou? – perguntou ele.
- Gostei, sim, muito.
- Então prova, me dá outro!
- Não, agora não.
- Agora não por quê?
- Porque pode alguém chegar e nos ver juntos e isso
não pode acontecer.
- E por que não, Madelon?
- Porque somos de países inimigos, se esqueceu?
- Ah, é. Seu beijo me deixou tão sem fôlego que até
tinha me esquecido desse detalhe.
- Detalhe perigoso por sinal.
- Verdade.
- Preciso retirar-me.
- Tá bom, mas... – segurou-a.
- O que foi, príncipe Jesse?
- Promete que voltas?
- Eu não sei.
- Por favor, promete!
- Não faz sentido eu prometer algo que não sei se
vou poder cumprir.
- Mas faça um esforço.
- Isso eu posso prometer que sim.
- Então prometa, vá!
- Eu prometo que farei o possível para vir aqui
outras vezes.
- Tá de bom tamanho! – e lhe beijou.
- Agora chega! – ela disse e saiu, apressada. Antes
de sair completamente, parou à porta e suspirou: – Meu príncipe encantado! – lhe
mandou uma beijoca e saiu, por fim.
Nosso príncipe Jesse refletia:
- É, estou apaixonado.
Madelon saiu do quarto, passando a mão pela boca. O
capitão Otto von Lucken passou por ali e estranhou.
- O que estava fazendo aí? – perguntou o nazista.
- Vim ver se ele precisava de alguma coisa,
capitão.
- Hum. E como está nosso outro prisioneiro?
- O capitão Maurice?
- Claro, quem mais?
- Eu ainda não o vi, senhor, mas ia me dirigir para
lá agora.
- Então pode deixar, que eu mesmo vou conferir. Até
hoje que não venho lhe fazer pessoalmente uma visita. Tinha realmente me
esquecido dele. – e riu.
O capitão Otto, então, dirigiu-se ao quarto do
capitão Maurice Dumont e se assustou completamente quando, tendo abrido a
porta, viu o quarto vazio. Berrou:
- Nããããããããããããão!!!!!!!!
- Capitão Otto? – retornou Madelon, assustada com
seu grito.
- Ai! Você ouviu isso, Frieda? – perguntou Hans em
seu quarto.
Frieda fazia em Hans os curativos e não o respondeu.
- Frieda, falei com você.
- Ah, o que, Hans? Deu agora pra me chamar toda
hora? Credo, me esquece um pouco, né?
- Mas, como posso te esquecer, se você está aqui bem
na minha frente?
- Pois é, você é um ingrato mesmo. Eu aqui te
ajudando e você afim de conversa fiada. Me poupe, soldadinho!
- Frieda, você não ouviu esse grito?
- Que grito?
- Já vi que você está pior do que eu, que estou
machucado.
- Ih, não começa, viu?
- Eu acho que é o capitão, Frieda!
- E se for? O que tem você com isso, Stauber?
- Tem que a gente tem que defendê-lo, não é,
Frieda? Pode ser que ele precise de nós.
- Eu duvido.
- Pois eu não – levantou-se. – Eu vou até lá.
- Não mesmo! Hans Stauber, você vai ficar quietinho
aí!
- Mas, Frieda...
- Não tem mas nem meio mas e isso é uma ordem!
- Tá bom – e voltou a sentar-se, enquanto Frieda
recomeçava a lhe ajudar com os ferimentos.
- Morta? – assustou-se o sheik Omar lá longe em
Agadir.
- Morta – avaliou Coralina. – Mortinha. Nem se
mexe, olhe como é que tá, coitada!
- Deixe-me ver – disse a princesa Jeanette,
descendo a escada.
- Está feliz agora, infeliz? – repreendeu-a o
sheik. – Você matou a princesa Éden de Bassora!
- Eu? – assustou ela.
- Sim, você.
- Mas que culpa tenho eu?
- Toda a culpa do mundo.
- Eu não, porque foi você que se debateu com ela
pela escada.
- Você nem estava aqui, chegou depois.
- Mas só pode ser isso, né? Afinal de contas, a
princesa Éden estava com um punhal na mão e ela tinha a clara intenção de lhe
desferir um golpe.
- Ela estava ficando louquinha, coitada – respondeu
Coralina.
- Louco estou eu de raiva. Tudo por culpa sua!
- A culpa não é minha! – defendeu-se a princesa
francesa.
- Sim!
- Não!
- Mas tu vais me pagar, sua francesa de merda! Eu
vou lhe ensinar a matar uma pessoa árabe! – e a pegou de jeito.
- Me largue, cafajeste!
- Solte ela, por favor, sheik! – defendeu-a
Coralina.
- Fiques na sua, criada, ou a matarei!
Coralina fechou o bico, enquanto o sheik Omar Ben
Nazir a levava para um quarto e a trancava, sempre em meio aos debates da
princesa.
- Vocês são todos incompetentes! – bradou o capitão
von Lucken.
- Eu?
- Todos vocês! Olha aí, o prisioneiro fugiu!
- Pois é, mas ninguém podia imaginar.
- Eu é que não podia imaginar que vocês fossem tão
idiotas!
- Capitão...
- Basta! Agora, que a desgraça está feita, não há
nada a se fazer.
- Será?
- Mas tem que ter, sim, uma saída. Eu vou ver o que
posso fazer. Vou mandar os soldados irem atrás dele no deserto.
- Isso, capitão, o senhor vai conseguir!
- Eu tenho que conseguir mesmo, pois idiotas como
tu jamais conseguiriam! – disse isso e saiu.
- O homem tá uma fera – disse Madelon no quarto de
Hans.
- Era de se esperar, todo mundo conhece o gênio
explosivo dele – respondeu Frieda.
- Mas hoje ele tá além da conta – disse Madelon.
- Também perdeu um prisioneiro – continuou a
argumentar Frieda. – Vocês sabem, se tem uma coisa que o capitão detesta perder
é seus prisioneiros. O homem fica possesso que nem o diabo!
- Mas como o capitão Maurice conseguiu fugir? –
perguntou Hans.
- Ah, isso ninguém sabe – respondeu Madelon. –
Subitamente, o capitão decidiu em pessoa ver como passava Maurice Dumont e se
surpreendeu em demasia ao ver que o capitão Dumont, muito esperto, encontrara
um meio de fugir.
- Patife! – bradou Hans.
- O que tem você com isso? – quis saber Frieda.
- Tem que eu o odeio – respondeu Stauber.
- E por quê? O que ele te fez de mal? – perguntou
Madelon.
- Vocês são burras ou o quê? – questionou ele. –
Esquecestes que somos de países inimigos?
- Fazer o que, e a gente tem culpa? – inquiriu
Frieda.
- Não, mas a gente tem uma missão.
- Que missão?
- Destruir os rivais.
- Ah, Hans, eu acho que essa guerra está mexendo
demais com a sua cabecinha.
- E eu concordo – foi na pilha Madelon.
- É, concordam, porque é de bom grado pra vocês.
Mas vocês hão de ver: eu ainda mato esse capitãozinho safado ou não me chamo
Hans Stauber.
- Então pode ir pensando em um nome novo, viu, pois
eu duvido que você o matará – disse Frieda.
Madelon riu.
O capitão von Lucken chegou no deserto aflitíssimo.
Zebedeu o viu e o perguntou:
- Capitão, o senhor tá com uma cara! Aconteceu
alguma coisa?
- Uma desgraça, Zebedeu, a mais terrível das
desgraças!
- Pois o que foi? Diga logo!
- É o capitão Maurice Dumont... Ele fugiu, soldado!
Zebedeu ficou boquiaberto.
Mais pra frente, no deserto, o capitão Maurice
sobre um cavalo, enfrentava a tempestade de areia, sem se esquecer da amada.
- Oh, minha linda princesa inesquecível – disse ele
aos seus botões. – Pra ter você de volta, eu enfrento tudo que tiver que
enfrentar!
E enfrentava aquela tempestade de areia, que ficava
cada vez mais forte até que, repentinamente como chegou, se foi. Com a mão
tapando os olhos, logo viu uma mulher grávida na frente dele, que ria, imune
àquela areia carregada pela força do vento. O capitão Maurice reconheceu aquele
rosto e se assustou.
- Romênia? – pensou.
Na frente dele, a mulher, que
ria, fascinante, parecia até miragem.
AGUARDE O PRÓXIMO CAPÍTULO!
Nenhum comentário:
Postar um comentário