sexta-feira, 26 de outubro de 2012

2º CAPÍTULO DE O SHEIK DE AGADIR


O SHEIK DE AGADIR
Atenção: esta é uma obra de ficção baseada na livre criação artística e sem compromisso com a realidade.
Original de GLÓRIA MAGADAN
Adaptado pelo COMENTARISTA VIRTUAL
Contato: (Só MSN) comentaristavirtual@hotmail.com
CAPÍTULO 2
- Estão todos aqui? – esta foi naturalmente a primeira pergunta feita pelo capitão Otto.
- Sim, senhor – confirmou Madelon.
- Ótimo!
- Espera, capitão!  - disse uma nova personagem.
- O que foi agora, Frieda?
- Eu também quero partir.
- Acho muito arriscado, Frieda. Melhor ficar esperando aí mesmo – falou Otto.
- Mas, senhor, já faz tempo que eu sofri com esse tiro. E foi só no braço. E, mesmo assim, foi de raspão. Estou pronta para a batalha.
- Frieda, Frieda, melhor não complicar sua saúde. Precisamos de gente boa pra guerrear, gente saudável. E convenhamos: tu não estás em condição.
- Pois eu teimo e digo que sim, capitão. Veja!
E tirou um fuzil, armou- o para o escuro céu e – bang! – atirou com toda a voracidade.
Neste momento, no palácio, todos se assustaram: os cavalos no estábulo, as criadas na cozinha, os guardas nos corredores e a princesa Jeanette e o capitão Maurice Dumont num dos quartos.
- Mas o que terá sido esse barulho? – dissera ela.
- Vai ver algum cavalo, sei lá – respondeu mecanicamente o capitão Dumont.
- Não, não, não acho. Penso que pode ser algum aviso.
- Mas, Jeanette, minha doce noivinha, achas tu realmente que, se fosse algum aviso, alguém não bateria à porta e nos relataria o ocorrido?
- Sim. Acho que você tem razão, né?
- Mas é claro. Procure se acalmar, Jeanette. Estou contigo e não há nada para que tu temas.
Jeanette se aninhou em seus braços protetores.
- Eu sei, Maurice, mas é que depois daquela guerra a qual levou meus pais que eu vivo tendo medo, tendo pesadelos, pensamentos horríveis de que alguma coisa perigosa pudesse acontecer.
- Pois afaste isso de vossa mente. Eu lhe juro, Jeanette, que se algo de ruim lhe acontecer, eu mato, eu faço tudo de ruim para que esse alguém ou algo lhe pague pelo que lhe fez. Quanto a isso tu podes ficar descansada, hum?
- Está bem, Maurice. Já não me preocupo mais.
- Isso, minha amada!
E ali ficam a trocar carícias.
- És tu doida ou o que, Frieda? Quer colocar tudo a perder? – repreendeu-a Otto.
- Se acalme, senhor capitão. Não há perigo algum. Só nosso reino que vale dessas armas, porque só nós que a temos. Os outros são antigos, possuem armamentos antiquados, lanças, espadas... A gente está em outra era, senhor capitão.
- Lá isso é verdade. Basta olhar para o sheik aí – limitou-se a responder Hans, divertindo-se.
Sim, de fato a cara do sheik Omar Ben Nazir não era das melhores. Estava altamente assustado com o estampido e com o objeto que saía daquele fuzil.
- Alá nos ajude! Que coisa é essa na sua mão?
- Viu? Eu falei pra olharem pra cara dele – respondeu Hans.
- Basta, Hans! Estás muito engraçadinho ultimamente. Pois ordeno que pare com suas graçolas, antes que eu estoure!
- Já parei, senhor – disse Hans e se calou.
- É fato que tu não conheces isso? – quis saber Otto, sorrateiro.
- Não, claro que não – respondeu o sheik.
- Hum – e ficou o capitão alemão pensativo.
- Que espécie de armamento é esse com os quais vós os valeis? –indagou Omar, que não era o único a estar perplexo. Na realidade, todo o exército árabe estava de queixo caído diante de toda aquela tecnologia.
- Isto que usamos são as armas da nova geração. Essas armas ainda vão ajudar a todos bastante num futuro não muito distante – começou o capitão Otto.
- E como se maneja isso? – perguntava o curioso protagonista.
- Não tem mistério sobre esse assunto, senhor sheik. É como tu mesmo viste: basta acionar o gatilho e, pronto, a vítima já era.
- Bela atiradeira. Deixe-me tentar! – já disse com pressa, fascinado com aquelas novidades lhe ditas.
- Em uma outra hora e lugar. Agora é hora de combate. E cada um use o que souber usar – finalizou Otto o espetáculo. – Madelon, Hans, vocês vão à frente. A gente segue logo atrás e os árabes pelos fundos, onde é menos perigoso.
- E eu, capitão? – indagou Frieda.
- Você vem conosco, sua teimosa. Mas não se queixe depois.
- Qual o que! Queixar-me... Não é do meu feitio, capitão. E esse tiro eu levei há mais de duas semanas, no combate à Inglaterra. E foi de leve, de raspão, portanto não há perigo.
- Tu quem sabes, Frieda. Eu te recomendei, mas tu não escutas – repetiu o capitão Otto. – Eu bem lhe apresentei o perigo, mas se ousa desafiá-lo é escolha tua, assim como sua consequência, seja ela boa ou não.
- Estou certa, capitão.
- Ótimo! Agora chega e vamos todos... Ao combate!
E empunhou o capitão Otto Von Lucken sua metralhadora para o alto, enquanto cada qual realizava sua determinada função estratégica. O clima de despreocupação do reino francês era até engraçado às vistas dos inimigos. Como algum governante daquilo se recusava a dar a mínima importância aos perigos do mundo? Bem, isso não nos interessa. O que importa agora é saber que, por não ter dado muita atenção a este fato, o palácio da França padecia inteiramente: os cavalos, as criadas, a princesa e o capitão Maurice Dumont, que tentou como podia ser útil. Houve até um momento que ele conseguiu avançar sobre Frieda, que perdera a arma no meio da contenda, mas foi surpreendido na retaguarda por um bravo Hans, que empunhava uma metralhadora em sua cara.
- Que foi, capitãozinho? Perdeu a coragem, foi? – debochou ele. – Pois olhe que eu atiro.
- Atire então e pare de falar.
- Tudo bem, você quem sabe.
E, preparado, mirou a arma para os miolos do capitão francês, quando foi interrompido pelo berro de Frieda.
- Não! – ela disse. – Por favor, não o mate!
- Mas por que não? – não entendeu Hans.
- O palácio dele já está sendo dilacerado, eles vão perder, isso é certo, e não há por que matá-lo.
- Ah, mas eu acho que vou acabar com ele mesmo assim.
E voltou para a metralhadora.
- Por favor, Hans! – dirigiu, encantadora. – Por mim.
Ela sabia que era ela o ponto fraco de Hans, que era apaixonado por ela. Humilde e instantaneamente, nosso tímido soldado ficou com tanta vergonha que se retirou para um dos aposentos e lá ficou trancado em sua própria timidez. Ao seu lado, Frieda via um agradecido Maurice.
- Muito obrigada, moça, mas não havia necessidade daquilo.
- Como não? Tu ias morrer.
- E que lhe importa, hum? Somos inimigos, não somos?
- Não, não somos. Quem são inimigos um do outro são o reino da França e o reino da Alemanha e Marrocos também. Nós dois somos só duas criaturinhas inocentes dominadas por esses multipoderosos que valorizam mais a guerra do que em quem realmente guerreiam – disse Frieda, por fim, e percebeu que, daquele estranho silêncio  que agora tomava forma, nascia uma ardente paixão.
AGUARDE O PRÓXIMO CAPÍTULO! 









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